PERANTE UM TEXTO DESTES…

12 11 2008

Amigos:

O texto que se segue foi escrito depois da manifestação de Sábado, dia 8 de Novembro, por Pedro Nuno Santos do Agrupamento Dr. Garcia Domingues de Silves.

Postei-o aqui não por ser mais um brilhante texto relativo à guerra que nos foi declarada por este Governo, mas por ser, de longe, O MELHOR TEXTO QUE LI desde que tudo isto começou. Aposto que depois de o lerem (acredito que se começarem, ficam ávidos de o terminar) ficarão, tal como eu, com a certeza de que contra a razão não pode haver resistência e de que num país democrático o medo jamais poderá justificar a conivência.

Meus amigos: considero este texto uma pérola e acho que ele deveria chegar a todo o lado, a todos os cidadãos e a todos os políticos. Se cada um de nós reflectir bem nele e agir em consonância passaremos a ser mais felizes, como o autor refere, e sobretudo, professores mais realizados!

Ílustríssimo colega Pedro: abençoada lufada de inspiração que teve e pode acreditar que o seu texto subiu ao pódio da excelência nas minhas escolhas literárias! Muitíssimo obrigado pelo que escreveu:

Ei-lo:

Colegas,

Suponho que todos se sintam sensibilizados por sentirem que, no passado Sábado, fizeram parte de “algo maior”, que fizeram parte da história…

Pois na história, por maior e mais significativa que tenha sido a manifestação, é onde todos e cada um dos 120 000 irá ficar se, chegados às escolas, nada fizerem para mudar as coisas.

Sei que muitos se sentiram desiludidos com as consequências práticas da primeira manifestação e que muitos temem a repetição do mesmo com esta segunda manifestação. Alguns sentem-se desiludidos, ou mesmo ultrajados, com as declarações da Sr.ª ministra da Educação na televisão…Seremos assim tão ingénuos que estávamos à espera que ela viesse às televisões pedir desculpa, dizer que se tinha enganado e que se iria empenhar, connosco, no combate aos verdadeiros males do nosso ensino?! Não me façam rir!

Porque não há-de a ministra se sentir segura, se ela sabe que 90% dos professores que aos Sábados vêm gritar para as ruas chegam às escolas, na segunda-feira seguinte, e continuam a colaborar na política das aparências…

Ela conta com o nosso medo, conta com a nossa inércia, conta com o nosso “seguidismo”…Não lhe interessa resolver nada do que está mal, interessa-lhe apenas a nossa colaboração. E ela sabe que a está a ter em centenas de escolas, as mesmas de onde vieram muitos dos 120 000. A esse medo chama-se CONIVÊNCIA!

Sejamos honestos! Em causa não está a avaliação, mas TUDO o resto. Toda a política da aparência que está a conduzir o sistema de ensino público português para o mesmo caminho que o nosso famigerado sistema nacional de saúde.

Quem, de entre nós, tendo um pouco de dinheiro, não prefere recorrer a uma clínica privada do que perder horas num centro de saúde ou num hospital público?! Pois o mesmo irá acontecer ao sistema de ensino público português, caso não nos revoltemos contra esta política que, perante as dificuldades, cede.

No futuro, e o futuro é daqui a dois ou três anos, no sistema de ensino público ficarão apenas os que forem incapazes de fugir para o privado: professores e alunos.

Os meninos estão a ter maus resultados a Matemática? Não faz mal, baixa-se o nível de exigência dos exames. Os meninos ficam retidos no final do ano? Não faz mal, inventam-se dezenas de “planos” e de “justificações” e o pessoal, só para não ter que preencher a papelada, continua a “engolir sapos” e a passar os meninos todos no final de cada ano.

É necessário passar a imagem, para a opinião pública, que o governo está muito preocupado com os problemas do ensino? Inventa-se uma “avaliação burocrática de docentes” e a malta colabora, com medo, e vamos para casa todos contentes com o “Bom”…

O sistema público de ensino está a ruir a cada ano e em vez de enfrentarmos os problemas de frente e assumir o que está mal, incluindo o que está errado dentro da classe docente, continuamos a colaborar com o “sistema”…Ou seja, o “Titanic” afunda-se, mas nós continuamos a dançar ao som da orquestra…
Pois bem, se houver alguém que acredite que este sistema de avaliação vai melhorar o nosso sistema de ensino, que entregue os objectivos pessoais.

Se houver alguém que acredita que os professores que se esforçam, que sempre se esforçaram, vão ser “premiados”, que entregue os objectivos pessoais.

Se alguém acredita que os nossos colegas que sempre fizeram do ensino a sua “segunda profissão” e se gabam de usar indiscriminadamente os 102 irão ser penalizados, que entregue os objectivos pessoais.

Se alguém acredita que este processo nos irá ajudar a melhorar os nossos métodos de ensino e a ser melhores professores, que entregue os objectivos pessoais.

Se alguém acredita que este processo irá permitir detectar os nossos erros e corrigi-los, beneficiando indirectamente os nossos alunos, que entregue os objectivos pessoais.
Mas NÃO ENTREGUEM OS OBJECTIVOS POR MEDO! Não cedam à chantagem do medo e às ameaças da ministra. Todos temos muito a perder, mas há coisas que não têm preço…Uma delas é a nossa dignidade profissional.

 Nós somos professores e, na nossa profissão, todos os dias somos confrontados com ameaças directas à nossa autoridade. Quando não temos mais argumentos para convencer os nossos alunos pela razão, o que é que fazemos?! Ameaçamos! É a última arma que resta, quando faltam mais argumentos…Sabemos bem como é!

Pois bem, temos uma ministra que, há muito, desistiu de nos convencer pela razão, pois nós bem sabemos da hipocrisia desta pseudo-avaliação. Que lhe resta? A ameaça…Como não pode mandar os professores para a “rua” com uma falta disciplinar, ameaça-nos com a não progressão na carreira. E nós? Nós, pelos vistos, cedemos com um sorriso nos lábios…
Seremos assim tão ingénuos que pensamos que, se alinharmos no “esquema” e entregarmos os objectivos, nada nos irá acontecer?!

 Seremos tão ingénuos ao ponto de pensar que, se alinharmos com o “sistema”, o nosso emprego estará assegurado para sempre?

 Será que as pessoas não compreenderam que os tempos mudaram e que já não há certezas no que toca a um emprego para toda a vida, nem mesmo para quem trabalha para o Estado?

ACORDEM e olhem à vossa volta…Estamos a entrar numa das piores crises financeiras que o mundo ocidental já conheceu… Alguém acredita que o seu emprego estará seguro indefinidamente só por não contrariar o “chefe”?! Os tempos mudaram e não voltam atrás, nem mesmo para quem é funcionário público.


A escola de Silves está cheia de pessoas normais, não de super-heróis. As pessoas que estão a boicotar a avaliação na minha escola são pessoas honestas e cumpridoras da lei. Pagam impostos e não têm cadastro criminal. Não são loucas, nem irresponsáveis e, por isso, também têm medo.

Estão habituadas a ensinar aos seus alunos e filhos a cumprir as leis. Mas sabem que antes de qualquer lei, está a lealdade e a rectidão perante as nossas mais profundas convicções.

Os professores de Silves também têm medo das repercussões que este acto de resistência pode ter nas suas carreiras, sobretudo os corajosos avaliadores que arriscam, talvez, um processo disciplinar. De onde lhes vem a coragem? De saber que pior que ter medo de não cumprir esta avaliação, é o medo de olharmos para o espelho e termos vergonha de não termos defendido a nossa dignidade profissional e os nossos alunos.

É disso que se trata, de defender a dignidade do nosso sistema de ensino. É daí que nos vem a força, das nossas convicções…Como poderíamos olhar de frente, olhos nos olhos, os nossos alunos se cedêssemos na luta pelos nossos ideais?

A ministra ameaça-nos como “meninos mal comportados” e nós claudicamos? Em Silves, não!
Não sigam o exemplo dos professores do Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues de Silves, sigam a vossa consciência. E se, perante ela, se sentirem bem em entregar os objectivos pessoais, entreguem-nos!

Nós, perante o medo, continuamos a RESISTIR! E desde que o começámos a fazer que dormimos melhor e que temos um outro sorriso…Estamos bem com a nossa consciência e isso não tem preço.

Desde que resisto, que sou MAIS FELIZ! Os meus alunos agradecem…

Pedro Nuno Teixeira Santos, BI 10081573, professor QZP do grupo 230 no Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues (Silves)

(NOTA: se alguém me quiser instaurar um processo disciplinar na sequência deste texto, agradeço o envio de um e-mail e eu envio na resposta, e com agrado, o resto dos meus dados pessoais)


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202 responses

12 11 2008
mariaflor

Aqui está um HOMEM que sabe ver a vida de agora,é raro mas
ainda bem que existe,no mundo do teatro a que eu pertenci
quando um cantor é o máximo dos máximos gritamos BRAVO
pois é o que eu digo a este HOMEM que tão bem soube expor todo este assunto e a verdade sobre o que infelizmente se está a passar,que nunca se abstenha de dizer a VERDADE doa a quem doer.BRAVO BRAVO BRAVO

12 11 2008
LeniB

Já fiz saber em reunião de Departamento e em plena sala de professores que não vou entregar objectivos nenhuns.

12 11 2008
JPG

«Sejamos honestos! Em causa não está a avaliação, mas TUDO o resto.»

Aleluia! Até que enfim!

12 11 2008
Mokika

Parabéns Pedro. Tenho outro ânimo para recusar entregar os objectivos. Muito Agradecida

12 11 2008
Michael Martins

Excelente!!!

12 11 2008
Diogo Filipe

Parabéns, colega! Admiro-te. Coragem! Faço minhas as tuas palavras! Não desistas.

12 11 2008
ziza

Bem haja Pedro… e bem hajam todos os outros Pedros que ainda não tiveram coragem de dizer não … e que as nossas recusas se tornem num acto único de impor a dignidade.
Eu só quero ser Professora!

12 11 2008
elisa costa

Seria bom que todos conseguissem vencer esta batalha. A Srª ministra, mais “sinistra” efectivamente, está rodeada de elementos que são incapazes de parar para pensar! Não aprenderam a fazer esse exercício e, por isso, temos que ser nós a ensinar-lhes. Tenham coragem. O nosso país agradece e se em tantos momentos da nossa história conseguimos, por que não agora?

12 11 2008
Ana Freire

MUITO OBRIGADA

Penso que é o que muitos colegas precisavam de ler, “ouvir”

ainda deve haver muita gente traumatizada com o fascismo

12 11 2008
Mário Mendes

Não sou professor. A minha mulher é! Trabalha desde que se levanta até cerca da uma hora da manhã, para preparar aulas e conseguir desfazer-se da burocracia que este ministério inventou. Para nã falarmos na indisciplina que piora dia a dia por responsabilidade de uma ministra que ao colocar-se contra os professores desautorizou-os.
Já agora o Presidente das Associações de pais também deve pertencer ao sistema ou então pagam-lhe o frete.
Força Professores. A razão é vossa.

12 11 2008
MCF

Bravo, colega!

12 11 2008
nunoanjospereira

Não sei o que escrever… não tenho nada a acrescentar, mas motivar, motivou-me! E eu estava a precisar de motivação. Copiei o link e enviei aos colegas. A nossa escola também já suspendeu a avaliação, mas não basta.

12 11 2008
Jorge Freixial

Nuno. Daqui de Azeitão te envio 2 coisas: um abraço e a garantia de que tudo farei para que as tuas palavras tenham o merecido eco.
Já assino todos assim os meus mails:
“Objectivos individuais? Eu NÃO entrego !”

Jorge Freixial

13 11 2008
Cety

Bravo Colega!
Mas infelizmente o Governo sabe com quem pode contar, só mesmo os professores podiam ser professores!
Acabei de ouvir o debate na RTPN com aquela senhora da DRN, entre outros intervenientes.
Queria ter oportunidae de lhe perguntar como foi a progressão na sua carreira.
Então e os congelamentos que ninguém fala!? Não foi congelamento foi petrificação!
Estou tão zangada que não digo mais nada…

13 11 2008
Anabela Godinho

Precisamos dessa “força” para ultrapassar o tal medo que sentimos lá no fundo, que nos castra e por vezes nos inibe de actuar de acordo com aquilo que sabemos ser o mais correcto, o mais justo. Bem haja. Na minha escola a avaliação de desempenho está suspensa e tudo farei para que assim continue.
Um abraço.
Anabela ( professora de Almada)

13 11 2008
Carlos

Vou imprimi-lo e colocá-lo em locais bem visiveis na sala dos professores. TODOS TEM QUEE O LER

13 11 2008
Isabel

Pedro, tens toda razão no que escreveste. A nossa profissão é unida quando é para nos manifestarmos …mas quando toca a decisões…muitos de calam e CEDEM!!!! É preciso mesmo mas MESMO mostrar que não temos MEDO.
Estamos a ser sufocados com tanta papelada com esta pseudo avaliação que leva “alguns” a provocar mau ambiente nas escolas, querendo ser os melhores perante os colegas. Deixou de haver camaradagem, e apenas competição,” engraxe de botas”(como se costuma dizer) aos avaliadores…e ainda não começou essa avaliação, imaginem quando começar…
É tudo muito triste, colega!
Estou desiludida, cansada…mas quero lutar até ao fim!
Não desistam colegas!
Pelo futuro dos nossos filhos!
Pelo futuro dos nossos alunos!
Pelo nosso futuro!

13 11 2008
Florinda Claudino

Que tal fazermos deste manifesto a nossa bandeira. Divulguem-no a toda a gente!

13 11 2008
Raquel

Boa Pedro. Vou mandar este texto a quem não é professor e julga que os professores estão nesta luta por uma questão de teimosia. Quem assim pensa não sabe que os professores durante décadas vergaram-se a todas as directrizes de quem passava pelo ministério, por mais absurdas que fossem. Desta vez, o assunto é mesmo grave e não mexe apenas com a nossa carreira (quem não reclamou por ter ficado congelado durante vários anos, não iria reclamar por causa do preenchimento de umas grelhas que demoram apenas “duas horas”). A sociedade portuguesa que se cuide porque estão a matar de vez o ENSINO EM PORTUGAL.

13 11 2008
manuel reis

De facto, o seu texto é uma brisa fresca, neste deserto sufocante (de burocracia ) em que se transformou a docência. Este Governo, amestra-nos pelo cansaço… Derrota-nos pela quantidade de papeis com que nos invade o dia a dia, e deixa-nos desesperados e pouco propicios ao raciocinio e ao pensamento. Não temos condições para sermos docentes… RESTA-NOS RESISTIR… COM AS ARMAS QUE TEMOS NA MÃO, SEM “MEDOS”… FORÇA COLEGA.

13 11 2008
Sérgio

Subscrevo na íntegra e, se solicitado, também fornecerei os meus dados pessois para efeitos de inquisição.

13 11 2008
Fernanda

Sou professora, ainda que recentememte aposentada, mas professora até morrer.
Tenho seguido atentamente toda a nossa luta e apesar de não ter podido participar nas manifestações por razões de saúde, estive lá de alma e coração … das duas vezes. Porém, se eu tivesse ido, não iria somente “gritar” contra a avaliação. Iria, principalmente, gritar contra a falta de respeito que este governo tem para com os professores. E eu acho que era isso o que tinhamos de fazer…com todas as nossas forças…. Por isto este texto me atrai e nele me revejo. Até que enfim que alguém fala noutros assuntos bem mais importantes para o ensino e para o futuro dos nossos jovens. O governo e a comunicação social passaram a mensagem que os docentes não querem esta nem nenhuma avaliação (ainda Há bocadinho o Sócrates o refriu na televisão) e ós sindicatos e nós…deixamo-nos ir na onda. Temos que ter os pais …a opinião pública do nosso lado…para ficarmos fortes. E para isso toda a luta deve ser centrada nos alunos, naquilo que sabemos ser o melhor para eles: Temos de lutar por uma escola pública moderna, activa, interventiva com todos os recursos necessários para que os jovens aprendam com qualidade, com professores motivados e felizes. Temos de fazer com que o governo desista de fazer desta “nossa”
escola um gheto onde , como diz o colega, só fica quem não pode sair. Esta tem de ser a nossa luta.
Um abraço para todos os professores

13 11 2008
Rute Almeida

Estou com vocês colegas: ESTA É A HORA DO VEREDICTO FINAL:porque se deixarmos que este sistema de (des)ensino avance então nunca mais teremos nem dignidade, nem autoridade perante os nossos alunos e pais.Perderemos tudo.Muitos no passado também se sacrificaram para que hoje tivéssemos liberdade, se calhar chegou a hora de nos sacrificarmos e unirmos pela nossa liberdade também!De outra forma viveremos os próximos anos aniquilados pelo medo.
Deixem-nos ser professores!Coragem a todos!

13 11 2008
JOSE CARVALHO

SOU REFORMADO DA GNR
LI O TEXTO
FUI DELEGADO DA APG
SEI BEM O QUE SÃO MANOBRAS DO GOVERNO
PAGUEI PELO FACTO DE SER “SINDICALISTA”
FELIZMENTE SAFEI-ME A TEMPO
REFORMEI-ME PELA LEI ANTIGA (2003)
FORÇA PROFESSORES DE PORTUGAL, NÃO VERGUEM
QUE NOSTALGIA DO TEMPO DAS REGUADAS E DA TABUADA CANTADA.

13 11 2008
Anónimo

Exmos professores:
Não sou professor. Sou empresário, como tal sou “obrigado” a avaliar os meus funcionários para que possa obter melhores resultados no que se produz e com isso a empresa ganha “saúde” em todos os aspectos.Tento que a minha avaliação sobre eles seja o mais digna possível.
Ao que diz os Media e a ministra vosses não querem ser avaliados ou estão contra a avaliação.
Pois bem, ao inicio achava o mesmo mas com tantas criticas e manifestações a curiosidade despertou-me para o assunto, porque tenho dois filhos e são os professores que os vão formar e não quero que eles transitem de ano porque o professor quer ter um bom ou um excelente quando for avaliado.São os professores que irão formar o futuro deste país.
Por isso acho que a vossa classe tem razão e vos apoio, mas não façãm só manifestações nas ruas porque isso de pouco vos adianta, revoltem-se com vós próprios e façam o que teem a fazer, façam greves que provoquem distúrbios, façam uma comissão que seja responsável por todos os professores deste país e com pouco mais do que aquilo que voçes pagam para os sindicatos comprem o direito de antena num canal televisivo e digam tudo o que a imprensa não diz e a ministra esconde,vão ver que os pais apoiam.
Força já…

13 11 2008
Armando Lopes

NINGUÉM ME TIRA A ALEGRIA DE SER PROFESSOR!
Parabéns a todos que por este País lutam e defendem a dignidade da nossa classe.
Já ninguém nos tira a força que a manifestação fez brotar.
E esta força advém da razão!
Da razão que temos, das convicções que defendemos e do interesse que sempre colocamos em 1.º lugar: o bem estar dos alunos.
Se precisarem força apitem! Nós aqui temos muita para dar!
Paredes de Coura.

13 11 2008
jomabaco

Bom texto. Todo o meu apoio… e diria mais… o mestre não dever ser escravo das condições que lhe impõem porque é sábio, é livre e já basta o martírio da falta de condições com que se depara no seu quotidiano em milhares de escolas de norte a sul do País e com centenas e centenas de discipulos, cada um com as suas características particulares. Além disso, todos sabemos as dificuldades por que passam centenas, senão milhares, de famílias portuguesas. No meio de tanta adversidade quem garante ainda alguma esperança e conforto nos nossos jovens e crianças, passa muito pelos abnegados professores.

13 11 2008
Teresa Lopes

Estou contigo, Pedro, e com o belíssimo texto que escreveste.
Não há mais nada a dizer!
Outro abraço de Azeitão!

13 11 2008
Elisabete

Após tudo o que foi dito, resta-me apenas concluir…
ESTOU TRISTE!
Aquilo que um dia foi um sonho, está agora a tornar-se em desilusão e revolta…
ESTOU INVADIDA PELA TRISTEZA!

Só quero acreditar que o amanhã dos nossos alunos será mais risonho…

13 11 2008
Álvaro Ribeiro

Pedro:
Fui docente durante 8 anos, cheguei a fazer o estágio pedagógico, mas há muito que deixei o ensino; hoje, trabalho em empresas, sou formador mas considero-me um professor que não exerce. Tenho um grande orgulho pessoal por esse tempo da minha carreira.
Por isso mesmo, no passado sábado lá estive na manifestação em Lisboa mostrando a minha solidariedade com a classe e a minha indignação contra esta louca e incompetente ministra autoritária adepta do facilitismo, da irresponsabilidade, da falta de rigor e responsável pela violência nas escolas e em geral por uma política que forma anualmente milhares de incompetentes e analfabetos.
O teu texto é exemplar!
A avaliação é apenas um “fait divers”
O que esta pandilha dita socialista pretende é DESTRUIR O ENSINO PÚBLICO e para isso utiliza tudo: chantagem, demagogia, mentira, propaganda, ameaças.
Acenam com a legalidade tal como o salazar e o marcelo o faziam. Mais cedo ou mais tarde com os seus boys papagaios criarão uma nova polícia política.
O teu texto, um grito forte de revolta, toca nas feridas certas e pega os bois pelos cornos.
E como dizia o poeta:
Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não.
Afinal, talvez haja esperança

13 11 2008
Luísa Fraga

bravo
adorava pertencer à escola de Silves.
Que solidão aqui pelas beiras!!

13 11 2008
maria da conceição

Parabéns colega pela sua lucidez e coragem.
Estou consigo
Um abraço

13 11 2008
Paula

Concordo plenamente com o Pedro, temos de lutar pela nossa dignidade e centrar a nossa atenção nos alunos porque é por eles que existimos e trabalhamos.
Não é o processo de avaliaão que está mal, é todo um sistema, que beneficia os mais “espertos”. Para quê estudar e cumprir regras sociais de convivência, o sistema arranja CEF’s para os malandros e ainda lhes paga!
Há que “partir a louça toda” não é só o “prato” da avaliação!
Querem guerra , então que se preparem que nós também!
Obrigada Pedro pelo alento.
Paula Machado/ Braga

13 11 2008
Lígia Farinha

Boa Pedro!
Curiosamente, recebi o teu texto por um amigo meu do ribatejo e não por ter tido conhecimento dele no nosso Agrupamento mas isso também indica que a voz do Agrupamento, e nomeadamente a tua, está a correr o país e isso é que é importante. Certamente que a tua opinião irá ajudar algumas pessoas que ainda não perceberam o que se passa a ficarem com uma noção agora.
A nossa posição é forte e manter-se-á!

14 11 2008
maria

Parabéns colega. É dessa força que nós precisamos todos.Nós unidos venceremos.

14 11 2008
MJST

Dou – lhe os parabéns. O seu texto reflecte muito do que nós, profs pensamos.
É importante sublinhar que a nossa luta e preocupação centra – se, sobretudo, na revisão do ECD que permitiu e permite haver duas categorias de professores,
achadas, por processos pouco claros e que não representam a justiça do mérito. Pelo contrário, há professores titulares que tem menos pontuação do que outros que não tiveram vaga para o ser. Isto acontece porque o ECD foi mal revisto. Esta questão é fundamental. Não podemos aceitar este ECD, porque ele é injusto e reduz os nossos direitos.

Há situações de extrema injustiça decorrentes da revisão do ECD.
Há milhares de professores que progrediriam na carreira antes deste novo ECD entrar em vigor, se não tivesse havido o CONGELAMENTO. Quando este descongelamento acontece, o Governo resolve introduzir alterações à nossa progressão e impedindo assim, que a regulamentação anterir fosse cumprida.
o Podemos comparar o que aconteceu a estes profs a uma situação em que há um jogo, por exemplo de futebol, e de repente a luz acaba. O jogo só pôde ser continuado no dia seguinte e, uma das equipas que estavam empatadas na altura da falha da luz é obrigada a recomeçar o jogo a perder por duas bolas. Alegaram que as bolas que tinham ido à trave e não entraram, de acordo com as novas regras impostas no dia da reposição do jogo passavam a contar como golos. Quem aceitaria isto?
Por isso, só com a REVOGAÇÂO DO ECD é que será possível restaurar a PAZ nas nossas Escolas. Não disistamos de LUTAR pelos nossos direitos e deveres.

14 11 2008
MJST

Eu vou, pela quarta vez a LISBOA. Faço 800Km. Estive lá nas três anteriores MANIFS.
Dia 15, vou estar lá, mais uma vez.
Só com a luta venceremo.

14 11 2008
pjrcarvalho70

Caro Anónimo (pai):
Eis a prova de que as pessoas que estão de fora de tudo isto e eventualmente criticam os docentes por não quererem ser avaliados, mas quando têm filhos que dependem da forma como nós os educamos na escola, informam-se melhor e acreditam que os professores o que querem é ser isso mesmo, ou seja, professores a tempo inteiro!
O senhor pode estar descansado! Os seus filhos apanharão, sim senhor, professores menos bons ou até maus ao londo da vida! contudo afianço-lhe que se o senhor, como julgo, souber exercer condignamente o seu papel de pai e encarregado de educação, constatará que os seus filhos têm professores tão bons como os dos outros países! Constatará igualmente que o problema da Educação não está nos professores mas sim numa cultura instalada de laxismo e facilitismo em que os intervenientes principais se demitem das suas responsabilidades, achando que os professores têm uma varinha de condão! A Ministra, acha que é mais fácil culpar a classe que comanda, pois à sombra de uma aberração política chamada maioria absoluta, emana políticas e leis agressoras a toda uma classe que resolveu eleger como bode expiatório!
Acredite em nós, meu caro amigo! No dia em que a palavra de um político for mais valiosa do que a de um professor, entreguem-lhe os vossos filhos e nós morreremos de fome!
Por favor, anuncie vigorosamente que com a política educativa que esta Ministra quer impor, os seus filhos passarão a contar muito pouco na escola; e uma escola onde os alunos contam pouco, neste caso por falta de disponibilidade dos professores, é uma escola podre! É uma Escola podre o arauto deste Governo!
Saudações e muito obrigado!
Paulo Carvalho

14 11 2008
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14 11 2008
pjrcarvalho70

Álvaro Ribeiro:
Quem assim comenta merece um BRAVOOOO!!!!!
Um abraço

14 11 2008
Paulo

Em vez de manifestações…
façamos todos por cumprir os requisitos éticos e morais da docência… e façamos por boicotar todos os requisitos em favor desta forma vergonhosa de reduzir para 1/3 os gastos com os ordenados dos professores no topo da carreira.
Nós não somos a razão do caos financeiro em que o país se encontra…
Poderíamos sim… ser uma forte razão para tornar este país mais civilizado.
Em vez disso, querem conspurcar o “último reduto” em que se poderia exercer uma função com todo o brio, toda a ética e toda a moral… agora chegou a era do “merchandizing educacional”… em que relatórios hierárquicos fantásticos comprovarão um ensino super bem sucedido… até ao dia em que as escolas forem visitadas… e os seus supostos 2000 alunos… que os relatórios dizem que deveriam lá estar… estarão no bar… mas não no da escola!! os professores?? esses estarão demasiado ocupados a elaborar esses relatórios…

14 11 2008
SemEscolaNãoHáNação

Parabéns pela coragem…há que, rápidamente, por ordem na nossa ESCOLA PÚBLICA, n podemos deixar destruir a Instituição mais importante de uma sociedade DEMOCRÁTICA.
Faço um desafio a todos os que entregaram a ficha individual de avaliação de desempenho nas secretarias, porque foram pressionados, instrumentalizados ou manietados, a lá irem recolher novamente a dita ficha, como forma de mostrar à tutela e seus representantes que não somos ratos de laboratório nem as Escolas são um banco de ensaio e testes para amostras estatísticas que estão a servir de propaganda a uma imbecil de uma ministra de educação que não é professora(ser Professor é ser Educador, ser Educador é ser Pai, Mãe, Psicólogo, Médico, Advogado, juíz, enfim é a profissão mais nobre das profissões), ela não é nada, é socióloga. Na história da civilização todos os ditadores, antes de chamarem os economistas, engenheiros, filósofos e politólogos para os seus governos autoritários, serviram-se de sociólogos para manietarem a população. O Gulag não foi inventado para criminosos, foi para os pensadores e críticos, porque eram os desestabilizadores do regime…

14 11 2008
Óscar

Boa noite colegas.

Após leitura atenta apenas me pergunto. Porque não está alguém como o colega Pedro no ministério? Porque é que os nossos governantes não tiveram coragem ainda, de colocar nesta pasta da Educação um professor do terreno? Não convém é claro!!
De resto estive na manifestação de 08 de Novembro com muito orgulho, coisa que, por pouco também quase me tiraram. Ouvi depois da manifestação alguém que não é professor mas que ocupa lugar de destaque na nossa sociedade a dizer que nós somos uma das poucas classes que podemos efectivamente paralisar o país. Porque não o fazemos? A cultura do medo não deixa. Não progredimos? Quando ficamos congelados alguém progrediu? Vamos em frente. Não se esqueçam ministros vão e vêm mas nós permanecemos.

Vamos honrar e dignificar a nossa profissão.

Até breve.

14 11 2008
antónio cardoso

Parabéns pela lucidez!
Esta sempre foi uma questão de ter ( ou não) Princípios, Dignidade Moral e Profissional.

14 11 2008
Teresa

Bom dia
O meu departamento, de Matemáticas e Ciências Experimentais, da esc. sec. de Santa Maria em Sintra, já assinou uma deliberação em que, por unanimidade, não estamos disponíveis para nada, no que diz respeito a este modelo de avaliação ,ie, nem avaliadores nem avaliados fazem seja o que for. Desde esse dia também já me sinto muito mais leve!!!!

14 11 2008
Cidadã, mãe e trabalhadora

Não sou professora, e a solidariedade não vem pelo facto de ser mãe, que sou, mas sim por ser trabalhadora e cidadã de plena consciência.
Este governo não se tem pautado pelo respeito pelos trabalhadores. Seja a revisão do código do trabalho (aquele que criticaram enquanto na oposição e que agora ainda vêm agravar), seja pelas novas leis que afectam a função pública (Lei das carreiras, vínculos e remunerações, Regime disciplinar ou o maravilhoso SIADAP – sistema integrado de avaliação de desempenho na administração pública, entre outras), a precariedade generalizada e permetida por despachos, e também aos professores, que são afectados por falta de condições nas escolas, por concursos anuais que os colocam na corda bamba todos os anos até serem titulares, agora parece que a grande questão do ensino em Portugal é a avaliação dos professores (ou a falta dela).
Tenho 34 anos, participei nas mafs. contra a PGA, já no superior contra as propinas e tantos outros motivos que ainda hoje são actuais no ensino superior público, provavelmente agravadas. Hoje, como trabalhadora, tenho participado em todas as manifs contra estas políticas que visam os trabalhadores – aqueles que suportam a crise.
Dou os parabéns aos professores por se terem conseguido mobilizar desta forma e apelo a que se juntem à luta generalizada de todos os trabalhadores. Vamos dar um grito generalizado e dizer que BASTA! destas políticas que favorecem os ricos e exploradores e desfavorecem quem trabalha e contribui para o crescimento do país.
Os professores são a ponta da linha, na sua continuação estamos todos. Todos juntos havemos de conseguir!
Os capitães de Abril começaram, mas só com o apoio do Povo conseguiram!
Viva a Liberdade!

14 11 2008
Nuno

Grande texto! Estamos num ponto sem retorno… É preciso acreditar para ver e não obedecer para deixar de ser…

Nuno

14 11 2008
André Gomes

Excelente, é preciso que todos os professores estejam unidos e não tenham medo das consequências, para isso é preciso a mobilização de todos. Ainda existem em muitas escolas bufos e pessoas com saudades do tempo da antiga senhora.
André Gomes

14 11 2008
Anónimo

Exmo prof. Paulo carvalho
Esta ” guerra” tem dois lados: professores contra ministério da educação ou a ministra da educação.Mas eu vejo essa luta como cidadão deste país e como pai, e como tal no meu ponto de vista( e julgo que seja o vosso) o principal objectivo dela seja a educação dos nossos filhos que serão o futuro deste país, e aí entram os pais.O problema é que existem vários tipos de pais, os pais interessados na educação dos filhos, os pais que vêm a escola como depósito de crianças durante 8 horas, os pais que estão contra tudo e todos nas escolas porque os filhinhos é que têm sempre razão e etc, o sr. deve saber melhor do que eu esse tipo de problemas.
O que eu julgo que é necessário fazer é conhecer a vossa versão dos factos, porque só quem estiver minimamente interessado na educação dos filhos é que se preocupa em conhecer o lado dos professores, porque existem certos pais que até ficam contentes por saber que os filhos passam sempre sabendo ou não sabendo.O que a ministra passa cá para fora não é a realidade dos factos e mais, não é a ministra que está na escola 8 horas por dia durante um ano lectivo, ela e o governo só querem saber de estatisticas e de magalhães que é para passar uma boa imagem do nosso país. Tentem arranjar forma de mostrar não o vosso descontentamento mas a vossa versão dos factos para voçes e para o futuro dos nossos filhos em relação a esta politica,vamos tentar dar uma palestra aos pais sobre a desgraça deste modelo de avaliação.Já imaginou professores, pais e alunos únidos contra este modelo. Qual seria então o argumento da ministra? Só não vê quem não quer.
Já agora podem contar com a minha divulgação destre problema, e segundo percebi não contém muito com o presidente da associação de pais(consegue me dizer como é feita a eleição do mesmo e que critérios são necessários?)
Desculpem por me intrometer em blogs de professores mas a revolta tem vários lados.
Obrigado e força professores.
Por enquanto assino: Anónimo…

14 11 2008
Pedro Conde

Se cada um de nós conseguir refelectir por acções concretas toda a dignidade que nos querem roubar, ao mascararem e desviarem as pessoas e o cidadão comum daquilo que é a verdadeira problemática da educação, decerto teremos dado um gigantesco passo em frente, e poderemos voltar a entrar nas escolas com um sorriso de felicidade nos lábios porque estamos cientes da escolha que fizémos ao enveredar por esta magnifica profissão que é o acto de partilhar conhecimentos e de ajudar a que os jovens estudantes ou não possam crescer em liberdade e sem medos.
Este é mais que um movimento é o toque de classe e distinção que faltava aos docentes.

14 11 2008
albino dantas

Estou aposentado mas sou professor.
E foi por isto que senti uma enorme TRISTEZA por ter ficado CONTENTE quando “abandonei” a ESCOLA.
A razão, está bem de ver, é só uma. Este governo só quer reduzir aos GASTOS COM PESSOAL. Este processo foi o que encontraram. E se este não vingar arranjam outro. E vão arranjando.
O privado vai crescendo em tudo. Um dia só teremos governo para “tachos”.
E, já agora, aquela senhora da DREN devia aparecer na Televisão só em sombra e com voz distorcida. É que mete medo, confesso.

14 11 2008
João Carlos Loureiro Pereira

PARABÉNS PEDRO

A tua verticalidade, frontalidade e coerência são águas cristalinas no deserto em que nos querem mergulhar!
Quando um colega leu o que tu escreveste numa reunião de cerca de 100 professores, todos, de pé, brindaram as tuas palavras com um forte aplauso!…
Mais palavras para quê?
Eu também já assumi e transmiti a quem de direito a recusa da minha avaliação, nos moldes em que a mesma está balizada, como formador do PNEP, pela mesma coerência que emerge no teu texto.

14 11 2008
Margarida Lopes

Obrigada por este texto.

Sou avaliadora e suspendi as aulas assistidas…
Agora sinto-me com mais força.

14 11 2008
Lúcia Soares

Parabéns pelo excelente texto. Parabéns pela coragem. Só mesmo o medo de um processo disciplinar justifica a entrega dos objectivos individuais. Será que a Sra. Ministra vai continuar a chantagear os professores? Será que os professores deste país são assim tão cobardolas para ceder neste momento? Aina acredito na coragem e na determinação do Corpo Docente deste país. Entregar Objectivos Individuais é pactura com a injustiça e a fraude. è hora de mostarar coragem e dizer não à Srª. Ministra. Objectivos Individuais NUNCA!

14 11 2008
paula torres

um texto simples que fala de nós professores, gostaria que no meu país cada um se sentisse livre como o Pedro, e que transmitisse essa liberdade aos jovens que formamos. O jogo do faz de conta, no qual somos peritos é contrário a essa noção de liberdade. Um abraço e obrigada por seres tão claro

14 11 2008
Pedro Nuno Teixeira Santos

Caro Paulo Carvalho,

Muito obrigado pela divulgação do meu “desabafo” e pelas elogiosas palavras que, genuinamente, muito me sensibilizaram.
Agradeço ainda aos nossos colegas, e demais cidadãos, que aqui me deixaram palavras de apreço.
Muito e muito obrigado; procurei apenas dar voz ao que nos vai na alma…E que é muito!

Evidentemente que há coisas erradas neste modelo de avaliação. Como se pode querer rigor científico e pedagógico, quando pessoas de uma determinada área científica têm que avaliar pessoas de áreas científicas distintas (e, muitas vezes, com mais qualificações académicas)?
Como se pode acreditar num sistema que afecta a avaliação dos professores à taxa de abandono escolar, como se esta dependesse do “professor fazer o pino na sala de aula” e não de complexos factores económicos e sociais que escapam ao seu controlo?
Como se pode acreditar num sistema de avaliação que relaciona, de forma directa, a qualidade de um professor com os resultados dos alunos? Será um professor de Matemática duma escola de Lisboa, onde boa parte dos seus alunos tem explicações, melhor do que um colega do Interior rural do país, onde os alunos não dispõem das mesmas condições facilitadoras do sucesso?
Evidentemente que não estou a defender a “teoria dos professores coitadinhos”, pois nem sempre os alunos que possuem melhores condições à partida, são aqueles que alcançam melhores resultados.
E é precisamente isso, ou seja, por melhor que o professor seja há certos factores humanos que ele não consegue controlar. Explico de outra forma: um médico pode prescrever a medicação correcta a um paciente mas, de seguida, não o irá acompanhar diariamente para verificar se ele toma os medicamentos de forma correcta.
Logo, se o doente não tomar os medicamentos e não melhorar, o médico não pode, obviamente, ser responsabilizado. Isto deveria ser fácil de entender, mas pelos vistos não é…

Logo, um professor deve ser avaliado, não pelo facto de um seu determinado aluno ter tido negativa, mas por todas as estratégias que utilizou para evitar esse desfecho.

Dito isto, esta avaliação é apenas mais um instrumento de uma “política de cosmética”, uma encenação montada apenas para manobrar a opinião pública, tentando passar a ideia de que o “governo se preocupa com a qualidade do ensino”.

Por amor de Deus, poupem-me à hipocrisia! Se querem melhorar a qualidade dos meus métodos de ensino, por exemplo, mandem à minha escola alguém de reconhecida competência científica e pedagógica que me assista a várias aulas; e que depois me diga tudo aquilo em que eu posso melhorar para ser melhor professor e ajudar os meus alunos.
Não me enviem é mais das inspecções, como a que tivemos o ano passado na minha escola, em que a única coisa errada que detectaram é que “faltam muitos papéis”.

Ah, os papéis! Tudo no ensino em Portugal se parece resolver com mais um papel…Uma ficha, uma grelha, uma planificação, um plano, etc. Servem de alguma coisa?! Não importa! O que importa é que estejam nos dossiês. Para quê? Para nos protegermos…Para nos protegermos dos pais, dos recursos, da inspecção, …

Basta de fazermos coisas nas quais não acreditamos, apenas por medo. Basta desta “política de medo”, é necessário recuperarmos um pouco de “amor próprio”, por nós e pela dignidade da nossa profissão.

Evidentemente que o falhanço do ministério foi pensar que iríamos engolir mais esta “grelha”; o pensamento deles foi o de sempre: “os professores preenchem a grelha, não resmungam pois estão habituados e porque vão vender a sua honra profissional a troco de um Bom…”

Pois bem, enganaram-se! Até porque a avaliação é apenas a gota que fez transbordar o copo.

Por isso, por mais que o ministério nos queira “corromper”, comprando a nossa rendição a troco da simplificação do sistema de avaliação, os professores não irão ceder. Porque o que está em causa são anos e anos de “políticas de facilitismo” e de “burocratizar para nada resolver”.

É essencial que os professores percebam que estão a viver um momento histórico único, o momento em que se decide sobre a credibilidade do ensino público português.

Não é apenas a ministra e a sua equipa que estão em causa, nem sequer a famigerada “avaliação docente”, mas sim anos e anos de políticas que estão a levar ao fundo o nosso ensino e, com ele, o próprio futuro da nação.

Se desistirmos, a história não terá contemplações para nós, pois teremos desperdiçado a oportunidade de mudar o rumo dos acontecimentos e permitir que o ensino público tenha futuro em Portugal.

Este é o momento para mostrarmos a coragem que há em nós e engolir medos e receios. Não apenas por nós, mas pelos nossos alunos e pelo futuro dos nossos filhos.

O capitão Salgueiro Maia, a propósito da situação que se vivia em Portugal antes do 25 de Abril, terá dito um dia: “Há o estado da democracia, há o estado da ditadura e há o estado a que tudo isto chegou!”

Assim está o estado da educação neste momento. É agora ou nunca…

Um forte abraço,

Pedro Teixeira Santos, um professor de Silves

14 11 2008
Maria

Caro colega!
Gostei do texto e claro tb me revejo nele mas vive-se um isolamento aqui pelo Alentejo…Confesso que tenho inveja da vossa força e coragem. Aqui só podemos contar com meia dúzia de colegas, o resto são todos um bando de medrosos!!!

14 11 2008
Luís Cardoso

Meu Caro

Sou Professor com muito orgulho… subscrevo na íntegra tudo o que disse. Simplesmente Brilhante.
(PQE Esc. Sec. Dr. José Afonso, Seixal,Grupo 620)

14 11 2008
AVELINO

Apesar de aposentado há pouco mais de um ano continuo a considera-me professor.Ainda vou à “minha” escola visitar os meus alunos e os meus colegas. e fico preocupado ao ver os professores das “minha” escola preocupados com tanto burocracia e com escasso tempo para pensar nos seus alunos. Julgo que nas outras escolas a situação será semelhante. Se um professor não tem tempo para pensar nos seus alunos estes ficam a perder. Estou solidário com vocês como professor que fui, mas sobretudo como cidadão deste país para o qual desejo um ensino público de qualidade. E para que isto aconteça os professores devem ser respeitados. Parabéns Pedro pela tua coragem e força colegas porque a razão está do vosso lado. Não sois contra a avaliação mas sim contra este modelo de avaliação.

14 11 2008
malomba

Partamos a loiça…antes partir que vergar, lutemos contra a hipocrisia, a mentira, a orquestração. Às vezes, sinto-me ultrajado pelas considerações indirectas de menoridade, que essa senhora sinistra faz dos professores. Será que pensa que as nossas habilitações são como as do mentiroso autoritário….

15 11 2008
Elsa Elias

Desculpem o desabafo…
Há uns tempos que vesti a revolta, a desilusão, o desespero… sentia-me angustiada, cansada e desmotivada; sentia saudades de “brincar” com os meus alunos, de os ouvir nos seus desabafos e nos seus relatos; sinto saudades de ler um livro, dos meus amigos, de passear… enfim destas “banalidades” que não devem fazer falta nenhuma ao comum dos mortais (?);
Não foi isto que eu escolhi! Não quero! Recuso-me a deixar que me tratem como uma “coisa” que nem sei que nome dar… Só tenho um problema: gostar de ensinar, gostar dos alunos, gostar de os ver crescer…
Mas, quem está mal que se mude, certo? Nos anos 70 houve tanta gente que teve que mudar radicalmente de vida e ,sobreviveram! Eu sou alguma inútil? Achei que NÃO e em CD decidi e comuniquei não entregar objectivos individuais (desinteressando-me completamente das consequências),e, tive a sensação de ter crescido uns centímetros…
de seguida, bombardeada por tanta informação sobre escolas que suspendiam a avaliação em vésperas da Manif, voltei a crescer! 2 dias depois surgiu a suspensão do 1º ciclo no meu agrupamento!
Agora com as palavras do Pedro, embora sentada, voltei a “esticar”! Não há que ter medo!
É visível o interesse de ALGUNS em formar uma nova sociedade, onde os valores já não têm qualquer significado, onde os “bons” não prestam e os “maus” são as vítimas e os coitados da sociedade e… bora lá ajudá-los, tadinhos!
NÃO É ISTO QUE EU QUERO! Enquanto houver esperança, eu LUTO! senão… DESISTO!
Um grande Bem-haja para o Pedro e colegas de Silves!

15 11 2008
ana

o colega merece um excelente pela dignidade moral e intelectual ! é uma pessoa entre muita gente…

15 11 2008
pjrcarvalho70

Ena!
Bendita sejas Internet!
E não é que o nosso herói chegou???
Oh grande Pedro: que prazer ter-te no meu espaço. Como vês o teu maravilhoso texto está a proliferar que nem pão quente; só podia…
Ainda por cima comentas com outro fantástico legado. E ainda dizem que eu escrevo bem!!!
Que a voz nunca te doa, companheiro, nem a inspiração se te acabe!!
Vamos a isto que a vitória da razão e a derrota do despotismo está aí à porta.
Um enorme abraço!
Paulo Carvalho

15 11 2008
maria rita

…… Claríssimo…. Na Educação tal como nos outros pilares estruturais e fundamentais… o jogo do faz de conta… aonde já se viu! A Sociedade é verdade… estava assim habituada… ainda bem que começam a resistir e a sobressair com a sua vontade e o seu sentir capazes e poderosos naquilo que valem e são capazes como pessoas humanas. Parabéns e Força porque quem luta Deus ajuda e a vitória será certa. Claro que me refiro à Vitória dos Lúcidos e Justos. Bom Fim De Semana. Bom Trabalho. Tudo de Bom para não dizer Excelente.

15 11 2008
maria rita

Seria uma obra de caridade que esta missiva chegasse ao seu destinatário…

Sr. Primeiro Ministro:

Como Vª Exª tem a mania de nos comparar com a Finlândia, venho por este meio dar o meu pequeno contributo sobre as comparações que tanto gosta de fazer entre os 2 distantes, mas dignos, Países:

1. Na Finlândia as turmas têm 12 alunos;
2. Na Finlândia há contínuos, aliás – políticamente correcto-
‘auxiliares de accção educativa’, acompanhando constantemente os professores e educandos;
3. Na Finlândia, as crianças são educadas pelos pais no intuito de
respeitarem a Escola e os Professores;
4. Na Finlândia todas as turmas QUE TÊM ALUNOS com necessidades educativas especiais, têm na sala de aula um professor especializado a acompanhar o aluno que necessita de apoio;
5. Na Finlândia as aulas terminam às 3 da tarde e os miúdos vão para casa brincar, estudar;
6. Na Finlândia o ensino é totalmente gratuito inclusivamente os
LIVROS, CADERNOS E OUTRO MATERIAL ESCOLAR;
7 . Na Finlândia não há avaliadores, professores avaliados nem Inspectores.!!!!!
8. Na Filândia os professores têm tempo para preparar aulas e são felizes.

Nota alguma diferença???

Muito obrigado pela atenção!!!!

15 11 2008
Airam

Olá Paulo,
Estou bastante agradecida, pelas tuas palavras. Mais palavras para quê é só UM PROFESSOR PORTUGUÊS.
Não sabes à quantos anos luto sozinha, pela dignificação da minha(nossa) profissão, (mais pela minha disciplina é claro, os restantes colegas eram pouco sensíveis a isso), talvez porque o uso da internet ainda não era muito utilizado pelo senso comum, a minha voz não chegou tal longe como a tua. Hoje os professores estão unidos contra ao mesmo problema, O ENSINO EM PORTUGAL. Ainda bem.
Li atentamente todas as opiniões. Vou voltar a ficar mais forte para tomar nova posição sobre o assunto, como deves saber, existem várias escolas cujos seus professores já entregaram os seus objectivos individuais. É necessário tomar nova posição.
A tua clareza vai ser uma arma poderosa para esclarecer a opinião pública que o que está em jogo não é a qualidade do ensino, mas sim a redução dos salários dos professores. Por tudo o que tu tão bem apresentaste vou só reforçar o seguinte:
“ATENÇÃO PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DESTE PAÍS, À CUSTA DAS INJUSTIÇAS QUE ESTÃO A FAZER AOS PROFESSORES. ESTÃO A ESCONDER A MEDIOCRIDADE QUE QUEREM IMPLEMENTAR NO ENSINO EM PORTUGAL. NÃO INTERESSA TER PESSOAS RESPONSÁVEIS, COM OPINIÃO E COM SENTIDO CRÍTICO. TUDO ISSO ESTÁ RESERVADO AO ENSINO PRIVADO”

Sigam o exemplo de muitos Pais e Encarregados de Educação, primeiro informem-se, depois critiquem.

Os professores estarão sempre disponíveis para ENSINAR.

Obrigada,

15 11 2008
vasco valadares

A AVALIAÇÃO deve ser OBRIGATÓRIA para todas as profissões. Quem não o pratica não é bom profissional. Histórico é ser avaliado e ter mto bom ou mais… Todos os metodos têm coisas positivas e negativas… Car@s amig@s se não querem ser julgados por outros podem vender tudo o que têm e compram uma palhotazinha na indonésia e podem pescar todo o dia e todos os dias…. para mim, seus preguiçosos, isso sim seria EXCELENTE!!!!!!!

15 11 2008
Helena C.

Bravo, caro colega Pedro. Sou professora na zona de Carnaxide, mas estudei na Escola de Silves e hoje sinto-me mais orgulhosa por isso. Li tudo e cada palavra que li era como me saltasse da própria garganta. O cansaço é tanto, que se torna difícil explicar tudo aquilo que está errado no ensino em Portugal aos menos esclarecidos, que teimam em olhar apenas para os seus umbigos. Esta carta diz o que todos os professores dignos querem manifestar. Bem-hajas. HC

15 11 2008
Maria Marta Alves de Nogueira Simões

Obrigada Pedro pelas palavras…necessitamos todos de força e coragem !
Escolhi esta profissão por amor e trabalhei sempre com amor e até hoje senti sempre alegria e gratificação… de repente tudo muda e resta angústia , tristeza, depressão, desconfiança, mal estar… enfim uma falsa união, um desconforto, falta de forças para trabalhar, um desânimo deprimente e doentio !!! não se aguenta !
Lutarei por mim e com a esperança que as vozes de meus colegas se tornem elevadas e nunca se deixem intimidar pela minoria que insiste em cumprir a lei sem dó nem piedade, nem respeito pelos colegas que dão o couro e cabelo por um trabalho que escolheram por amor !….. diria mt mais…
obrigada Pedro

15 11 2008
francelina

Não sou professora mas penso que os professores têm razão para contestar desta forma o modelo de avaliação.

Só não entendo uma coisa, e peço desde já desculpa para os que se vão sentir ofendidos e talvez injustiçados.

Como é que conseguem, com tanto trabalho burocrático para fazerem. tantas aulas para prepararem, tanta ficha para preencherem, tantos objectivos para definirem…tanta reunião em cimma de reunião…ainda conseguem fazê -lo em 4 dias semanais. Sim , não podem negá – lo a maioria de vós tem um dia livre na semana, de preferência à segunda ou sexta.

15 11 2008
Julio Santos

Meus caros Professores, classe com quem tanto sofri e a quem hoje tanto agradeço…
Ser professor hoje é ser julgado por quem não sabe (como eu próprio).
É ser avaliado por uma ministra que demonstra a sua incapacidade em se afirmar perante os seus ‘donos’ pagadores de submissão à medida.
É ser condenado a pagar com a vida do dia-a-dia, as incertezas de um local, de um emprego, de direito básico ao trabalho, de ensinar (não de educar), de nada poder fazer quando os ‘espelhinhos’ de uns pais incapazes, cegos e egoístas nada fazem para educar e estimular os seus filhos, imitando a mediocridade dos pais fazem ‘gato-sapato’ de quem se esforça e tudo tenta fazer para os ensinar, para os promover, para os tornar alguém.
Só porque acreditam!!!
Tenho dois filhos, ambos no ensino básico, com quem estudo, jogo, faço apostas sobre as boas noats que vão ter (são ambos alunos de Bom), porque invisto conjuntamente convosco para promover os meus filhos ao melhor que puderem alcançar.

A todos vós, cujo crime foi terem a paixão de ensinar, o meu MUITO OBRIGADO!!!
E CORAGEM!!!! Estou convosco!

15 11 2008
maqria guimaraes

estamos fartos. queremos trabalhar

15 11 2008
Adelino Amaral

Tudo o que foi dito até agora sobre a Educação foi correctissímo. Eu se me permitem acrescentaria que mais se poderia dizer, mas o colega em causa, tocou no seu âmago. Parabéns, foi realista o que escreveu, merece um Excelente.
A coragem foi mais que muita. Continue assim

15 11 2008
Fernanda R.

Um acto de coragem e de clarividência. Congratulo-me por ver que há quem saiba colocar os pontos nos iiis. Parabéns colega. Eu caminho há muito, lutei desde sempre por uma escola digna. Não me reconheço neste discurso incoerente sobre educação do ME pautado por princípios economicistas e raciocínios contraditórios. O ME é um oxímoro…. ora tem professores muito bons, ora tem professores privilegiados que se recusam a aceitar a avaliação, ora só há um modelo de avaliação de desempenho (este de matriz estranha!!! Chileno, pois tudo a ver connosco), ora diz ( ver Expresso) que é preciso um simplex. Estamos em Novembro… Quantos pedagogos encartados, pagos por todos os portugueses, reflectiram devidamente sobre este modelo, o procuram simplificar? Muitas acções decorreram, muitos técnicos no terreno e… nada! Fica o chapéu da autonomia para albergar todos os dislates? o Pedro tem toda a razão. Parabéns pela coragem, pela convicção. Revejo-me nesse texto. Miguel Sousa Tavares e Fernando Mestrinha (Expresso 15/11/08) bem precisavam de o ler para saberem quem somos nós. Que identidade temos. Dizem os articulistas que agimos manipulados por partidos como o PCP. Expliquem, então, como é este um partido minoritário? Falaciosa argumentação a deles. Mais adianta MST que sem esta avaliação nunca mais haverá outra ( que é o que queremos) e que terá sido vão o esforço da ministra. Onde estará a lucidez deste jornalista, jurista e escritor? Nem sequer se detém sobre o modelo. Para ele, recomendo a leitura do texto do Pedro.

Continua assim. Gostei de te ler. Vou ver testes e etc, mas de alma lavada porque como diz Sophia é preciso buscar a “forma justa”. E encontrei-a nas tuas palavras.
Uma informação: o agrupamento de escolas de Santo António – Barreiro vai entregar dia 19 os objectivos em branco

15 11 2008
Rui Soares

Não esperemos que os governos resolvam os nossos problemas. Eles são o nosso PROBLEMA!

15 11 2008
paula

colega:
Não há dúvida que a ministra e este governo, só conseguiram unir uma classe!
A classe tem lutado em conjunto, no seu meio…, com as armas que pode. Talvez agora seja a hora de passarmos para a comunidade a realidade das escolas, o que realmente o ministério propõe, para que principalmente os pais, possam avaliar também!
Penso que depois de ler o seu texto, os mais indecisos, deixem de o estar!

15 11 2008
pjrcarvalho70

Sra. Francelina:
Está enganada, sabe?
Primeiro a maioria dos professores não tem dia sem actividades lectivas (não é livre); depois os que têm, fazem 35 horas de trabalho semanal e esse dia sem actividades lectivas, que pode ser preenchido com outras actividades ou reuniões, é da responsabilidade da escola. Quem pode criticar a sua empresa onde a senhora trabalha 40 horas por exemplo se lhas permitir fazer em 4 dias? Morre alguém por isso?
Não confundir, portanto, dia sem actividades lectivas, com menos trabalho, ok?
Cumps

15 11 2008
pjrcarvalho70

Sr. Vasco Valadares!
Ou o senhor é surdo ou mal intencionado! O senhor está farto de ouvir que nenhum professor rejeita uma avaliação que seja justa, imparcial e, sobretudo, feita por quem tem formação para tal e não um qualquer colega que só porque é mais velho e, por isso, professor titular, foi-lha dada tal autoridade por uma Lei estúpida e absurda!
Não emprenhe pelos ouvidos, sr vasco, nem chame malandros aos educadores dos seus filhos!

15 11 2008
Maria da Luz

Ainda sou feliz por ser professora; ainda sinto orgulho em dizer que sou professora. Mas estou com muito receio que esta felicidade acabe. E depois? O que vou fazer? Não, ninguém me vai tirar este gostinho e as palavras do Pedro dersm-me ainda mais força. Força PROFESSORES deste país e um bem-hajas Pedro

15 11 2008
carla

Como eu gostaria que todos nós pensássemos assim…

15 11 2008
Somel

É de homens com a tua coragem de que Portugal está deficitário.

15 11 2008
CIDÁLIA

Do pouco tempo livre que disponho, acabo por passa-lo a ler estes maravilhosos blogs que tanta informação nos trazem. É necessário termos coragem .Estamos realmente a ser pressionados e o MEDO impera. Lutei por muita coisa em 32 anos de carreira ,não será agora que vou cruzar os braços. Mas atenção nem todos podem faze-lo com tanto à vontade e é necessário apoia-los.
Já imprimi o texto e vou divulgar o blog. 2ªf será afixado na minha escola , onde também já afirmei que não irei entregar objectivos . GRITAREI ATÉ QUE A VOZ ME DOA .

15 11 2008
Maria

Sou professora e só tive uma ambição ensinar.
Detesto burocracias.
Durante alguns anos fui feliz ENSINEI, hoje continuo a tentar ensinar, mas com grandes dificuldades devido à falta de tempo, ocupado com reuniões constantes e uma imensidão de papéis. Agora até o Magalhães é responsabilidade dos professores.
Avaliação! Sempre houve e poderá continuar a haver desde que seja feita com justiça e por alguém capacitado para tal. Uma colega foi substituir a professora titular, isto é, a sua avaliadora. Quando aplicou a ficha diagnóstica aos alunos sofreu o maior choque da sua vida, estes não estavam minimamente preparados para frequentarem o ano seguinte. Pergunto então, Quem nos avalia? uma pessoa que só porque tem mais tempo de serviço e passou a titular, não pelo seu trabalho com os alunos, mas sim por ter tido cargos, ter dado poucas faltas e mais coisas deste género. Onde está a sua competência como avaliadora?
Colega Pedro, parabéns pelo que escreveu, visa bem o que se passa neste país que se diz democrático.

16 11 2008
Conceição Oliveira

Força Pedro. Um bem hajas! Da minha parte são quase 37 anos de carreira ao serviço da Pedagogia e nunca pensei chegar ao fim (fim? eu disse fim??!quando?) com tanta amargura e raiva ao sentir-me tão maltratada por pessoas tão medíocres e inqualificadas. Força! Peguem no facho e transmitam-no às novas gerações para que esta nossa luta prossiga enquanto houver tiranos desqualificados! Levem a chama em frente! Nunca desistam, tal como eu, nós, até ao fim, porque ele está próximo. A razão e a dignidade está do nosso lado. Contra isso, nem os canhões de Navaronne! Mas, se tal for necessário, enfrentá-los-emos como prometemos no dia 8 de Novembro ao cantarmos o Hino Nacional. Um abraço Grande, Grande!

16 11 2008
Ricardo M.

Parabéns Pedro.
Revejo-me no seu texto e subscrevo-o integralmente.
Certamente que pessoas mal informadas como a Sra. Francelina e o Sr. Vasco Terão a oportunidade de ser esclarecidos sobre aquilo de que nada sabem.
Eu próprio já tive oportunidade de explicar e esclarecer os Pais e Encarregados de Educação dos mesmos alunos, sobre a degradação galopante do nosso Sistema de Ensino. O que lhes relatei, baseado apenas em situações reais e que efectivamente têm vindo a acontecer na minha escola, deixou-os profundamente preocupados.
Recebi o apoio incondicional de todos eles.
Caros colegas, ESCLAREÇAM os Pais sobre toda esta miséria.
Para este Ministério da Educação (sim, porque a Sra. Ministra esta muito bem acompanhada!) apenas contam os NÚMEROS.
O sucesso está à vista:
Muitos mais alunos completam a escolaridade obrigatória. Claro que sim, nem sequer é preciso saber ler. O FUTURO É GRANDE.
Cada vez há menos funcionários nas escolas (auxiliares de acção Educativa, vigilantes, outros). Claro que sim, há droga por todo o lado.
Cada vez há mais professores agredidos verbal e fisicamente. Claro que sim, insultos, pedradas, e muito mais. O respeito é GRANDE e nada se pode fazer.
Poderia continuar com exemplos destes por mais 5 páginas.
Colegas! dividiram-nos para poderem Reinar a belo prazer.
NÃO VAMOS DEIXAR SRA MINISTRA! NÃO VAMOS DEIXAR QUE TRANSFORME O ENSINO PÚBLICO NA REPUBLICA DAS BANANAS.
FORÇA PROFS.

16 11 2008
Marília Almeida

Tem sido lendo estes e outros comentários de colegas e principalmente de outras pessoas estanhas à profissão de “ser professor” que tenho descarregado a minha revolta pelas injúrias, calúnias e mentiras que têm sido ditas sobre a nossa classe.
Sou professora há 34 anos e sempre senti paixão por aquilo que fazia na convicção de que estava prestando um dos mais nobres serviços à sociedade, parece que os nossos governantes não pensam do mesmo modo de tão burocratas que são. Vêem a escola com uma simples empresa geradora de mais valias materiais que se obtêm com maquinaria sofisticada onde a pessoa humana quase não intervém ou é dispensada e onde as estatisticas ocupam o lugar mesmo que intencionalmente fabricadas!
Penso que talvez seja altura de fazer algo inédito, chamar os pais à escola , informá-los do que realmente se está a passar permitir-lhes e cativa-los para se juntarem a nós se necessário pelos nossos jovens.
Dizer-lhes olhos nos olhos que os professores não temem ser avaliados e sempre o foram, que não se opõem a um sistema de avaliação justo,exequível, transparente, simples, objectivo, imparcial, sem o emaranhado burocrático dos papéis que nos tiram o tempo para fazer o que realmente é importante na escola: educar, ensinar, e fazer com que os alunos aprendam.
Agradeço ao colega Pedro o seu texto tão elucidativo do que realmente se está a passar.
É preciso informar, o obscurantismo é a forma que os ditadores encontraram através dos tempos para exercer o poder e praticar a injustiça!
Se a escola pública perder a capacidade de formar cidadãos de corpo inteiro, capazes de pensar, de serem os actores da sua vida, utilizando as competências adquiridas e exercitadas numa escola de qualidade onde os que não têm posses também têm lugar para ser excelentes; que futuro terá este país?
A soluçao é simples, basta ouvir o que está mal neste processo, quem trabalha com a “terra” é que sabe definir quais são as dificuldades.
Não é o futuro dos professores que está em causa é o futuro do meu filho, dos nossos filhos que está a ser comprometido com este facilitismo e desresponsabilização com esta medíocridade.
Deixo um repto a quem se sinta desconfiado: vão pesquisar como funcionam as escolas de países desenvolvidos, por exemplo Finlandia, e depois de bem documentados reflictam se os problemas educacionais deste país se prendem com a avaliação dos professores!
O problema está bem antes deste ponto que tem servido de desculpa para as falhas desde há muito do Sistema Educativo Português.
É mais fácil encontrar um bode expiatório e deste modo resolver um problema economicista!
Pensam que é facil manipular a opinião pública “ad eternum” mas o povo português já não é aquele que emigrou no anos 60 levando na sua bagagem ignorância e desespero à procura de pão para a mesa dos filhos!
Tanta malidecência tem feito desconfiar, afinal ela também é utilizada com outros sectores desvirtuando a verdade e a realidade os factos.
E já agora pegunto-me quem avalia e que consequências vão ter todos os que têm desfalcado o herário publico(caso BPN)?
Só a avaliação dos professores é a causa de todos os males?
PENSEM !
Afinal quem é que não é avaliado neste país? Quem é que não quer ser avaliado? Qem é que está acima de tudo e de todos fazendo o que muito bem querem com os nossos impostos, as nossas poupanças, o nosso futuro?
Ah! só para informação de alguém que leia este comentário: foi a 1ª vez que fui a manifestações, não sou filiada em nenhum partido político nem sou sindicalizada de tal modo prezo a minha liberdade!
Não podemos desistir, devemos isso aos nossos filhos, aos nossos alunos ao ao seu futuro.

Bem hajam a todos.

16 11 2008
João Carlos Osório

Começo por esclarecer que não sou professor. Escrevo como filho de uma vossa colega e irmão de outro, além de ser pai e um cidadão atento.
Não há muitos mais argumentos a acrescentar para desmontar esta aberração. Mas penso que, talvez por ver o problema de uma outra perspectiva, menos apaixonada, observei que de cada vez que se acusa a classe de professores de não querer ser avaliada há uma pergunta que fica sempre por fazer e com a qual seria pertinente que alguém deste governo fosse confrontado:

— COMO É FEITA A AVALIAÇÃO NOS OUTROS SECTORES PÚBLICOS?…
Médicos, Enfermeiros, Juízes, Oficiais de Justiça, Procuradores, Policias, Inspectores, Funcionários de Repartições Públicas, Funcionários Camarários, Administradores, Assessores, Motoristas, Auditores, Auxiliares, Secretários, Secretários de Estado, Ministros, etc., etc., etc.?…

Diz o Primeiro-Ministro que é imperioso haver avaliação porque, apesar de não haver sistemas perfeitos, a situação anterior é que era injusta. E ninguém lhe pergunta porquê apenas os professores? Nos outros sectores não existem injustiças a corrigir?

Realmente, a última coisa que vou fazer na vida é morrer…

16 11 2008
salsa

Sou avaliadora e orientadora de estágio da Universidade Lusófona, PROPONHO-ME a: estudar/analisar/comentar/discutir, portanto, AVALIAR em processo dialéctico, construtivo e participado, o ensino da Educação Física NO SEIO DO MEU GRUPO.
Mas, RECUSO-ME! a CLASSIFICAR os meus colegas !!! Eu não sou PATRÃO, eu não sou – não quero ser – responsável por determinar quem ocupa QUOTAS – lugares onde alguns vão receber mais que outros, mm que esses outros o mereçam (temos pena! o dinheiro não chega, é que é preciso para cobrir os “buracos” que alguns previligiados estavam a cavar para lá colocarem as riquezas ,doutros, a que chamaram suas… -.
Enfim, julgo haver na cabeça de mtos confusões entre AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO, entre FUNCIONÁRIOS DO SEVIÇO PÚBLICO ADMINISTRATIVO E FUNCIONÁRIOS DO ENSINO PÚBLICO (VULGO PROFESSORES I.E. CORPO DOCENTE). POR MIM ESTE “MAU MODELO” – mau esquema teórico em matéria científica – NÃO PASSARÁ ! UNIDOS JAMAIS SEREMOS VENCIDOS ! VIVA O ENSINO PÚBLICO !

16 11 2008
Gabriela

UAU!!!!!!!!!
Que bom alguem conseguir fazer um retrrato tão fiel do meu pensamento.
Acredito no efeito bola de neve, e que os colegas que ainda não resistem, que passarão a fazê-lo. Este texto é um enorme contributo.
Parabéns Pedro e a todos os “Pedros” que têm corage!!!

16 11 2008
Susana Serrano

Depois de ler os dois textos do Pedro Nuno parece-me óbvio, espero que todos o tenham visto também, que TEMOS NA MÃO MUITO PODER DE ACÇÃO.
Basta a resistência passiva. Não falo só da questão da avaliação do desempenho, falo de todas as aberrantes medidas que nos têm obrigado a aplicar ao longo dos anos e que nós, como cordeiros, quase sem resistência, nos apressamos a fazer. Temos mesmo de ser todos mais atentos, críticos, pensantes e sobretudo propor alternativas. E agir. A autonomia não se ganha por decreto. Há que tomá-la nas mãos e fazer na nossa escola o que tem de ser feito em prol dos alunos que temos e da realidade que vivemos diariamente.

16 11 2008
Rui Silva

Hoje, dia 16 de Novembro, vamos realizar A reunião geral de professores da minha escola (Escola Secundária de Monserrate – Viana do Castelo).
A minha posição já está tomada há bastante tempo, EU NÃO ENTREGO OS MEUS OBJECTIVOS PESSOAIS, eu quero ser avaliado, eu penso que sim é importante que sejamos avaliados, mas por um modelo justo e que não imponha trabalho e mais trabalho que nos impede de verdadeiramente sermos professores.
Este texto que agora li é uma verdadeira inspiração, é certamente aquilo que muitos de nós sentimos.
Obrigado por o ter tornado público.

Rui Alexandre Silva, professor do quadro de nomeação definitiva do grupo 620 da Escola Secundária de Monserrate.

PS: levarei o texto comigo para a reunião, e, se tiver oportunidade, lerei em voz alta para que todos os meu colegas que ainda não o tenham lido o ouçam e o sintam como seu.

16 11 2008
Luisa Marques

Muito obrigado, Pedro. O seu texto inspira.
Bem-haja!

16 11 2008
João Sousa

Sou professor e revejo-me no texto apresentado
Gostaria de dizer à Senhora Francelina que eu defendo que os professores devem passar as 35 horas na escola. Esta defesa tem como base o facto de eu trabalhar muito mais tempo que 35 horas em casa e de estar a gastar, do meu bolso, despesas que deveriam ser assumidas pela minha Entidade Patronal (Estado). É evidente que as Escolas não têm possibilidade física e de logística para disponibilizar um local para preparar as aulas do professor mas face às bocas dos pouco esclarecidos ou mal intencionados penso que também esta deveria ser uma bandeira da classe.
Abraço

16 11 2008
MariaSTB

Olá a todos e parabéns ao Pedro!
É preciso não desmobilizar. Recebi de alguns colegas uma sms que informa que vão colocar uma aplicação informática para que cada um entregue os seus “objectivos individuais”…Atenção, colegas! A ser verdade, há quem esteja a contar cortar a nossa coragem desta forma! Não o façam! Esta é uma forma cobarde de nos querer dividir.
Bom domingo a todos
Maria STB

16 11 2008
Cristina Fernandes

olá colega,
Primeiramente dou lhe um grande bem haja pela sua coragem e pelas suas palavras que justificam todo este desconcerto e desmotivaçao de professores tristes desolados, injustiçados, indignados na sua carreira docente. Sou professora contratada, e como todos outros na mesma situaçao que eu, sentimo nos desorientados, fragilisados sem saber o que o futuro nos espera. Trabalho ha 8 anos tenho 32 anos, e sem planos de futuro. Contudo segue a esperança e persistencia de continuar a lutar por uma causa justa. Que haja JUSTIÇA neste sistema de ensino!

16 11 2008
pjrcarvalho70

Cara Marília:
É de testemunhos como o seu que esta sociedade mal informada precisa!
É de cidadãos como a colega que este país precisa.
Obrigado por enriquecer o meu espaço com tão ilustre comentário!
Paulo Carvalho

16 11 2008
lurdes machado

Estou contigo Pedro.
Sou Educadora de Infância, 10º escalão, 3ª Titular e continuo a lutar pela nossa classe. Dia 8 de Novembro cheguei a casa às 2.00 da manhã de rastos fisicamente, mas com um sorriso nos lábios e ORGULHOSA de continuar a lutar.
Jovens professores não se acomodem, lutem.
Um abraço a todos os colegas

16 11 2008
Maria Ribeiro

Realmente, acho que dizer sim a este tipo de avaliação é não ter consciência de PROFESSOR.
Nunca tivemos medo de ser avaliados e sempre o fomos, bem ao contrário das palavras falsas do Sr.Primeiro Ministro.
Estou completamente de acordo consigo colega.

16 11 2008
Graça Morais

Colega,
antes de mais um forte abraço pela sua coragem. E para que saiba que não está só, eu também assinei uma recusa de avaliação. Pena é que nem todos os nossos colegas estejam no mesmo “barco” e que a nossa classe seja tão pouco corajosa! Sim, para não dizer Cobarde!!!
Um bem haja e lutemos por aquilo que acreditamos.

16 11 2008
Armando Tavares Pereira Alves

Sou professor titular em Proença-a-Nova e lecciono EMRC. Sempre encarei o meu trabalho mais como uma missão do que como um ganha pão, embora o pão também seja indispensável nomeadamente para quem tem que pensar numa familia. Não é esse o meu caso pois sou sacerdote e não tenho ninguém n a minha dependência. Sempre procurei cumprir com a minha obrigação e nunca me deixei atulhar de papéis e burocracias. No entanto tenho consciência que nunca entrei numa aula sem a preparar. No entanto não me peçam papéis… Não os tenho nem nunca os coleccionei: a percentagemdos meus alunos, numa disciplina de carácter optativo, mantém-se há mais de trinta anos e até tem aumentado… Objectivos? Dar o melhor de mim e pôr amor naquilo que faço. Para quê mais? A propósito: nunca fui sindicalizado nem obedeço aos sindicatos… mas estou de alma e coração com a luta de todos nós, não por comodismo mas porque seria bom que a educação melhorasse e não continuássemos a adiar o principal com pseudo-reformas. Um abraço e que Deus nos abençoe.

16 11 2008
Maria Freitas

Parabéns pelo texto e suas palavras……concordei e admiro sua coragem! Força e nunca desista de ser o que é : UM PROFESSOR
Um abraço cordial,
Maria Freitas (ex-professora, mas sempre presente)

16 11 2008
Maria José Machado

Olá
Acabei de ler o texto. Gostei imenso. Sem dúvida que não podemos baixar os braços e esperar que nos imponham este sistema injusto. Contudo urge a necessidade da elaboração de um novo ou o reajustamento deste. Eramos avaliados, mas não havia uma distinção dos que efectivamente trabalhavam. E todos sabemos que alguns não o faziam….que muita coisa estava errada…..cheguemos a consensos, lutemos por uma avaliação que nos leve a progredir como profissionais. Este modelo também não distinguirá os bons dos maus profissionais e tem apenas subjacente um objectivo de reduzir gastos…Só que, a que preço!!!! A destruição de toda uma matriz cultural, ética que tanto nos tem caracterizado e distinguido de outros sectores profissionais, o aprofundar das dissincronias sociais pois quem não sabe ficará a saber menos e com a falsa ilusão de que tudo foi feito para que aprendesse etc! Lutemos sim pela educação dos nossos filhos e pela das gerações vindouras.

16 11 2008
Olga Soares

Ora cá está uma “coisa” com a qual a Senhora Ministra, de facto, não se preocupa mesmo nada – a FELICIDADE. A FELICIDADE dos professores que fazem alunos FELIZES.
Isto não lhe diz nada, pois não, Senhora Minitra?
A mim, professora e mãe, diz-me tudo. É isso que quero para as minhas filhas e para os meus alunos.
Parabéns, colega, por ter decidido fazer alunos felizes. Se fosse a minha filha, agradecer-lhe-ia, reconhecidamente, essa lucidez!
Abraço.
Olga Soares
escola Secundária de Arouca

16 11 2008
Nuno Leal

Muito bem !
“Liberdade, não se dá, só se conquista !”
Os meus parabéns pala forma e pelo conteúdo !

16 11 2008
Maria Leonor

Olá amigo, Algarvio de coragem. tem o meu apoio

Não nos deixemos vencer, por quem não sabe o que é estar horas e horas a um computador , em busca de matéria para ensinar aos alunos, programas que inventou e que não arranjou manuais para dar esses mesmos programas. Que nos pagam 6 e 8 horas e trabalhamos 16, 20 por semana.
Que fazemos horas de substituição gratuitas, a título de quê ainda não descortinei
Aulas de Apoio a direçcões de turma à borla, porquê ainda ninguém me explicou, horas de apoio aos alunos expulsos das aulas por mau comportamento de borla…também não me explicam e recebo no fim do mês o vencimento inerente a essas miseras horas do horário que me foi entregue no papel.
A Srª Ministra tem co nhecimento destas coisas certamente e é conivente na exploração feita aos professores contratados, que se sujeitam a isto porque o mercado de trabalho se encontra nesta miséria.
Não contentes com tudo isto, jogam-nos a poeira da avaliação. O ano passado fui avaliada com Excelente , 15 dias depois disseram que já não podia ser , tinha que fazer novos documentos que a Srª Ministra queria que se fizessse tudo de novo. E resultado entregaram-me nova avaliação com BOM. hoje sou detentora de duas avaliações obtidas no ano de 2007/2008, uma de EXCELENTE e outra de BOM.
Andam a gozar connosco nitidamente.

Vamos em frente Coragem para todos. temos que vencer pela dignidade e não pela força, como nos pretendem derrubar.
Um abraço amigo e obrigada pelas suas palavras,´sábias palavras.

Leonor

16 11 2008
Margarida

Real!
Foi esta a palavra que encontrei para caracterizar o texto que li. Concordo, subscrevo cada palavra e acompanho na acção de me recusar a entregar objectivos individuais. Serei penalizada?! É possível, mas não será maior a vergonha de continuar a deixar passar a mensagem de que os professores não fazem nada e que, por isso, rejeitam a avaliação?
Creio que a força e a determinação manter-nos-ão unidos e com força para revelar a verdade da escola pública. Não baixemos os braços e continuemos a lutar por um ensino de qualidade que todos os nossos alunos merecem!!
Parabéns!

16 11 2008
Angela Bárcia

Processo disciplinar ?
Apenas te quero dar os meus Parabéns !!!
Percebo-te como, se calhar muitos não conseguem, pois esse É a minha postura na e perante e Escola.
Bem hajas !

16 11 2008
Dário Baptista

Camarada/amigo/colega Pedro:
Os meus parabéns, pois finalmente aparece alguém com “eles no sitio” para dizer algumas verdades!
Sou professor (licenciado em Engenharia) do QND, da área de electrotecnia, agora do grupo (grande caldeirada de áreas) que se chama Educação Tecnológica.
Comecei a das aulas (no final dos anos 80, ainda o ensino unificado) só com o 12.º ano, graças ao curso técnico-profissional que tirei no secundário. Leccionei vários níveis e disciplinas, tendo até tido o cargo de Director de Turma!
Nessa época, ser professor era uma profissão respeitada, os alunos aprendiam, queriam estudar e respeitavam os professores!
Depois cumpri o serviço militar (obrigatório – 1 ano) e tirei o curso superior, regressando depois ao ensino, por opção!
Ao longo destes anos, já leccionei várias disciplinas, em vários sistemas de ensino (Centros de Formação Profissional e Escolas Profissionais), e o que tenho constatado é que a escola pública ao longos destes anos tem-se degradando, bem como a nossa profissão.
A Avaliação de Desempenho (esta avaliação!) é apenas um dos pormenores de todo um conjunto de factores que tornam a nossa profissão cada vez mais stressante, pouco dignificada, burocrática, desmotivante, etc., etc.
Recuando alguns anos, penso que o grande inicio desta degradação, começou com as aulas de 90 minutos!
Qual é o mal que os alunos (e professores) no final de 50 min., tenham 10 de intervalo? Sempre serviu para recuperar energias, descomprimir, arejar, etc.
A Sr.ª Ministra (e seus secretários) que experimentem dar 90 minutos de aulas a turmas de CEFs ou PIEFs, onde a capacidade de concentração dos alunos não ultrapassa os 15 min., onde o seu principal objectivo não é aprender, mas sim boicotar as aulas, criar instabilidade e confusão! Gostaria de saber quantos blocos de 90 min. aguentariam!
Depois vieram as substituições!
Aulas (não será este o nome …) em que os alunos estão revoltados por estarem ali a fazer fichas de trabalho que não querem realizar, pois não está ali o professor da disciplina, nem essa é a sua área! Enfim, alguém tem que os entreter!
Depois veio a burocracia!
Papeis e mais papeis, planos de recuperação, projectos curriculares, planificações e mais planificações, reuniões e mais reuniões! Tudo isto junto com a “Teoria do Coitadinho”, onde os alunos não podem reprovar porque é traumatizante! Não podem ir para a rua (quando se portam mal) porque é traumatizante!, etc., etc.
Enfim, teorias e mais teorias, daqueles senhores que se julgam grandes pensadores e que têm poder, mas que poucas ou nenhumas aulas deram, ou então quando vêm ao terreno real (escolas) tudo foi limpo, arrumado e ensaiado, para ficar bem na reportagem ou fotografia!
Faz-me lembrar, da minha passagem pela tropa, que quando o Sr. General ia a um quartel, já uma semana antes se aparava as sebes dos jardins, se varria e apanhava beatas na parada, e se punha a papelada em ordem!
Depois veio o estatuto (que deveria ser a grande luta), que foi imposto e que fracturou a carreira e nos transformou em muitos “sargentos” e poucos “oficiais”, sendo que a esmagadora maioria ficará a “marcar passo” e nunca chegará aos escalões superiores!
Depois veio a avaliação de desempenho, em que o grande objectivo (juntamente com o estatuto) é o economicista e não o melhorar as condições de trabalho e motivar os professores para se sentirem bem na sua profissão.
Outro objectivo deste estatuto e avaliação, este mais obscuro, é “dividir para reinar”, pois com uma classe dividida e com medo, é fácil controlar a grande maioria dos professores!
É nosso dever e obrigação lutar contra todo este processo!
Lutar contra o facilitismo (que fica bem nas estatísticas)!
Lutar contra a arrogância e a falta de respeito por quem todos os dias tenta ensinar, tenta educar e formar futuros cidadãos!
O Governo e também aqueles pais e encarregados de educação que estão contra nós, terão que se convencer que aqueles que todos os dias tentamos educar e ensinar, só serão cidadãos respeitados, activos e bons profissionais, se a escola for um espaço de rigor, serenidade, responsabilidade e respeito!

Camaradas/colegas/amigos professores:
Existe uma canção do músico brasileiro Gabriel – O Pensador, que se chama “Mário” e que conta a história do Mário, que “cansou de ser otário e virou revolucionário” !
Não podemos continuar a ser mais “otários” e aceitar de cabeça baixa tudo o que nos impõem!
Os 120000 que estiveram em Lisboa (e outros que certamente não puderam ir) não serão mais os mesmos depois daquele dia!
O medo, a arrogância e a falta de respeito não vencerão!

Quando me pedirem os objectivos pessoais direi:
QUERO APENAS DAR AULAS, ENSINAR E SER PROFESSOR!

Força Pedro!
Juntos venceremos!

16 11 2008
Liliana Santos

Talvez não seja bem assim. Na minha escola, na passada 5ª feira, dia 13, em reunião geral de professores, o processo de avaliação foi suspenso. A proposta apresentada aos professores foi assinada pela maioria, cerca de 80%. Portanto, nós auto-suspendemos a avaliação. Todos estamos conscientes de que isto é desobediência civil, mas, tal como o colega, não nos importamos de ter um processo disciplinar.
Vamos enviar o documento assinado à Sra. Ministra, para que tome conhecimento e ver se pára de dizer que não lhe passa pela cabeça que haja escolas que não estão a trabalhar no processo de avaliação.
Se muitas escolas fizerem o mesmo, venceremos esta luta.
Ah, a minha escola é a Secundária Frei Heitor Pinto, na Covilhã.
Coragem, colegas.

16 11 2008
viriato

Este governo quer acabar com a família (lei do divórcio), com a natalidade (LEI DO ABORTO), com o emprego (código do trabalho) e com os funcionários públicos. A nossa Raça vai acabar! A prepotência só se trava com irreverência! Força!

16 11 2008
Aristides Sousa

«Não me passa pela cabeça que as escolas desobedeçam», disse Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação de Portugal

OBEDIÊNCIA, meus caros, é isto que se espera dos professores na 5 de Outubro.

Nada mais é preciso dizer! Na falta argumento, revela-se verdadeiraMENTE a Senhora Ministra.

Parabéns, colegas, pelos textos.

17 11 2008
Sergio Costa

Após ler este texto, nada mais me supreende da nossa “amiga” ministra…. A ministra é um ser humano sem sentimentos, sem escrupulos e sem contemplações por quem depara com a realidade das escolas todos os dias.
Mas como ela são todos os politicos com doutoramentos e licenciaturas tiradas por telefone e que deixam muito a desejar… mesmo que sejam reais estas suas formações não servem de nada, pois os seus objectivos vão continuar a ser os mesmos…. ROUBAR À FORÇA TODA OS CONTRIBUINTES E DEPOSITAR EM OFF SHORES…… Desculpem a minha divagação mas o mal não está só na Educação está em todo o “parlamento”……

17 11 2008
Carlos Ribeiro

Sou professor à 22 anos, e sempre achei que sendo todos nós diferentes no empenho e na dedicação à escola, deveríamos ter uma avaliação diferenciada. Será que estive errado este tempo todo?
Sempre considerei injusto que os delegados sindicais não serem sujeitos a avaliação (como todos nós e não eram). Será que estive errado este tempo todo?
Não vi propostas de alteração ao modelo proposto ministério, apresentadas por quem quer que seja, o que poderia indiciar que de facto nós queremos ser avaliados, mas a maioria de nós quer é que se continue no mesmo sistema. Será que tenho andado distraído este tempo todo?
Vivemos numa sociedade dita democrática, pelo espero que aceitem a minha posição favorável à introdução de um verdadeiro sistema de avaliação que motive aqueles que entre nós se dedicam inteiramente à sua profissão. Considero, também, que é necessário fazer algumas alterações a sistema de avaliação proposto e daí que apelo ao ministério e sindicatos que se sentem à mesa das negociações e duma forma construtiva CHEGUEM A UM ACORDO.
Para terminar, considero, também, que todas as formas de luta são permitidas desde que existem sempre o respeito pelos outros.

17 11 2008
Fernanda Delgado

O seu texto comoveu-me. Tenho uma carreira de 33 anos como professora e decidi não entregar os objectivos. Não só como forma de protesto pela avaliação nestes moldes mas sobretudo pela degradação em que se encontra o actual sistema de ensino. Não me revejo neste quadro. Estava habituada a formar jovens e hoje sinto frustração e falta de motivação para continuar pois não vejo os resultados do meu esforço. Tomar esta decisão é um acto de coragem, cheio de dúvidas e angústias que nos consomem mas, como diz o colega, o que nos resta para além da nossa dignidade quando os valores vão desaparecendo?

17 11 2008
Pedro Silva

Concordo com tudo o que foi dito, esta minitra tem de ir para a rua.

força colegas

17 11 2008
Assunção Pinheiro

Fantástico.É preciso gente assim, para nos dar ânimo.
A.P.

17 11 2008
Mário Silva

ILUSTRE colega, é de professores como tu que o nosso sistema precisa. Começo por te dizer que por discordar da “bagunçada” que se tem vivido nos últimos anos nas nossas escolas, decidi que não deixaria de ser PROFESSOR, no entanto tomei uma decisão da qual nunca me arrependerei- pedi licença sem vencimento. Pode ser que quando regresse à minha Escola volte a sentir a alegria que estava habituado a ver nos restantes colegas. Mais digo, que sou “Professor General”, desculpa “Professor Titular”, do grupo 510 na Escola Secundária de Alcochete. Eu sei, que parece um risco estar a identificar-me, mas como o medo não faz parte do meu léxico, sigo a escola que os meus pais me ensinaram: quanto mais nos baixamos, mais o nosso “cu” é visto!…
Que “pena” tenho dos colegas com os quais me vou cruzando e me vão dizendo: “só tenho pena de não poder fazer aquilo que tu fizeste”…. Só isto chega para ver a alegria com que estão a trabalhar.
Já agora, saí porque pretendo regenerar a massa encefálica que foi destruída ao longo destes últimos anos. Não saí por cobardia, sou e serei sempre professor. Não sei se faço falta aos meus alunos, mas uma coisa é certa sempre fiz o melhor que pude e sabia para os tornar mais homens e mulheres. Que o digam os meus ex-alunos da Escola Secundária de Mogadouro e mais recentemente de Alcochete.
Para terminar, desculpa mas vou ter que te chamar de ” PEDRO O GRANDE”.
Um abraço amigo a todos os colegas, mesmo os que com “receio” não estão nesta luta de todos nós.
Mário D. Silva

17 11 2008
Ana Costa

OBRIGADA colega.
Pela clareza com que expõe as angústias que neste momento nos atormentam tanto…. Bem haja.

17 11 2008
Filomena

Excelente colega! Também me sinto satisfeita e mais feliz por a escola em que me encontro ter suspendido todo o processo de avaliação. Lutaremos até ao fim!

17 11 2008
Sandra

Ao Paulo e ao Pedro os meus parabéns, pela divulgação de tão inspirador texto. Obrigada Pedro!
Nunca é demais lembrar a todos os colegas: NÃO ENTREGUEM OS OBJECTIVOS INDIVIDUAIS NO SITE DA DGRHE. Já não é possível parar a avalanche de resistência. A cada semana que passa há mais professores a pedir a suspensão desta avaliação. Já descemos tudo o que tínhamos para descer. Agora é só esperar e preparar a subida.

17 11 2008
Margarida

Há já muitas escolas a suspenderem o processo de avaliação. Façam o mesmo nas vossas. Não se deixem intimidar.

17 11 2008
João Braga

A minha mãe era professora, eu não sou. Isto que se está a passar com o ensino, passa-se, a outra escala, com a Cultura, com a Saúde, com a Administração Fiscal, com a Educação, com as Obras Públicas, com a Segurança, com a Agricultura, com a Justiça, com as Finanças. Tem sobretudo a ver com uma coisa indispensável para todos usufruirmos do bom funcionamento das respectivas instituições. Ao menos no Ensino, e pela pena (ou tecla) corajosa de Pedro Nuno Teixeira Santos, sabemos que ela existe: o seu nome é liberdade.

17 11 2008
Américo F. Marcos

Simplesmente fabuloso. Penso que só se resolve isto com uma greve continuada, e já.

17 11 2008
Maria

Estou consigo colega.
O seu texto vem dar voz ao pensamento de todos nós, tenho a certeza.
A reunião no meu agrupamento será no meio desta semana, e, o seu mail está a ser lido e reencaminhado. Penso que nos vai servir de bandeira.
Obrigada

17 11 2008
Carlos Queiroz

Grande lufada de ar fresco!!!!
Tenho orgulho de ter colegas destes no ensino.
Parabéns.

17 11 2008
José Nunes

Vivam todos!
Amanhã o meu Agrupamento irá tomar uma decisão.
Por mim, que votei sempre P.S. entregarei brevente o Cartão de filiado no Partido. Não suporto mais estes politicos.
Amén

17 11 2008
Ana

Gostei da chama do discurso, mas pergunto-me:
Onde estava a chama???
Onde estava ela quando…:
1) …Situação atrás de situação nos fomos vergando face a políticas educativas cada vez mais escandalosas?
2) …Há uns “meses” atrás nos ameaçaram com uma requisição cívil perante a greve aos exames? (Já repararam que a ministra já nos jogou essa vergonha à cara?)
3) …Nos sugeriram que não devem haver reprovações no ensino básico e por isso temos alunos que completam o 9º ano e só sabem assinar a seguir à cruz (e por vezes com erros ortográficos!!)
4) …Permitimos ser ultrajados na escola pela falta de educação de alguns alunos e de alguns encarregados de educação…faça-se justiça!

A avaliação é injusta?? – concordo!
Tudo isto é ridículo?? – concordo!
Não entregar os objectivos? – discordo!
Sou funcionária e faço parte de um sistema, sistema que não é da minha competência gerir. Sou responsável por ele porque faço parte de uma sociedade que elegeu estas políticas educativas! Não me descarto das minhas responsabilidades enquanto ser social, no entanto NÃO POSSO escolher as leis que quero cumprir, isso transformaria democracia em anarquia.
O que posso fazer? – o que tenciono fazer, demonstrar por a + b que este sistema não funciona: RECLAMAR! Se o sistema tem falhas (enúmeras) então é demasiado fácil reclamar! Imaginem-nos todos a fazê-lo!!
Eu estou disposta a mostrar que o sistema não funciona, apesar de ter entregue os meus objectivos. E apesar de me estarem a tentar fazer sentir mal comigo própria, não me sinto cobarde. Faço o meu trabalho como sei e posso, faço parte de um sistema. Quando as incompatibilidades entre mim e o sistema forem incomportáveis sairei!! Para fazer o quê? não sei, na altura saberei (ou encontrarei como saber).

17 11 2008
Antunes - Tomar

Força Senhores Professores, defendam o ensino público. Queremos que um filho de um operário, tenha as mesmas oportunidades que um filho de um patrão.Senhor Presidente: cumprir e fazer cumprir a Constituição da República é o seu dever.

17 11 2008
Ana Marinho

Parabéns, é desta força q precisamos todos. Bem haja, Adorei a realidade nua e crua. continua a escrever colega e muita força.

17 11 2008
Lurdes

Bravo colega.
Este texto é das melhores coisas que tenho lido. Transmite a força que todos precisamos para lutar contra este sistema que nos querem impôr. Lutemos por nós, pelos nossos alunos e pelos nossos filhos.
Parabéns!

18 11 2008
Mãe e Professora

Sou Professora à 18 anos e sempre reconheci na escola pública maiores qualidades e rigor que na escola privada, contudo neste momento questiono-me se não deveria colocar os meus filhos numa escola que esteja apenas preocupada em ensinar e os ajudar a desenvolver as suas capacidades. Sim, porque esta escola pública que a Senhora ministra criou não é uma escola mas um centro de avaliação de professores. Não posso tolerar como mãe ouvir, que o professor de Português, a nossa língua materna, não estará nas aulas de estudo acompanhado, como aconteceu no ano anterior, porque ele é avaliador. O que é importante afinal numa escola?…
Como Professora sempre me considerei uma profissional dedicada à escola, e principalmente aos meus alunos, para quem, ao contrário do que se diz por aí, trabalhei de sol a sol, pela noite dentro, procurando materias, melhorando os conhecimentos e informações para melhor ensinar e servir os meus alunos. Sou feliz numa sala de aula a transmitir o que aprendi aos outros.
Neste momento sinto vergonha de dizer que sou professora porque todos pensam que nós somos uma data de imprestáveis, que não fazemos nada, e que temos que ser avaliados para fazer alguma coisa.
É mentira, sempre trabalhamos muito, mais de doze horas por dia e sete dias por semana para concretizar com sucesso uma aula, para elaborar materias, corrigir fichas, trabalhos e testes. Hoje tenho dificuldade em concretizar esse trabalho porque trabalho mais de doze horas por dia, sete dias por semana, anseio por me deitar um dia antes da meia-noite, por brincar um domingo de tarde com os meus filhos, por fazer uma refeição com calma, e nunca tenho o trabalho concluído. pior é que esse tempo não é gasto a trabalhar para os meus alunos, mas a elaborar planos de aulas, relatórios de tudo e mais alguma coisa, elaborar planos de actividades, palnos para TEs para o ano todo, etc, etc, etc,…
Esta profissão, que eu escolhi, que eu abracei com toda a dedidação desgosta-me, neste momento. Agora eu não sou professora sou simplesmente mais uma avaliada.
Eu só queria voltar a ser professora.
E quanto a ser necessário avaliação para haver mais qualidade no ensino, desenganem-se, pois em todas as profissões há bons e maus profissionais, sempre houveram bons e maus médicos, bons e maus juizes, bons e maus ministros, e vão continuar a haver. Também os menos bons professores vão continuar a sê-lo porque o gosto por uma profissão e o brio pela mesma nasce no interior de cada um. Dou graças a Deus porque sempre tive bons Professores, aliás os meus maus Professores encontrei-os no Ensino Superior. Esses é que necessitavam de aprender a ensinar, é que deveriam ser avaliados.

18 11 2008
Olivia

Professora reformada mas atenta às políticas do governo do meu país.
Ouvir um cidadão falar dos professores de forma pouco correcta é normal, nem todos podem conhecer os problemas de cada classe ou grupo de trabalhadores mas ouvir a Sra. Ministra da Educação falar do ensino e dos seus agentes da forma como o faz… é de bradar aos céus!… Isto é o exemplo mais elucidativo em como os governantes, esses sim, deviam fazer um teste de avaliação quando se candidatam a certos cargos… será que a Sra. Ministra não quererá começar por se avaliar? Ler um pouco de Pedagogia… Legislação? É que ao ouvi-la falar fico com a ideia que desconhece todo o sistema educativo. do país que quer (des)governar…Engoliu uma cassete, a da avaliação e depois vomita o “cumpra-se”.
E as inverdades que diz… Desconhece tudo e depois quer ter razão…
Dizer que um professor trabalha 22h… Afinal onde estão as horas gastas em reuniões? E preparação de aulas? Em correcção de trabalhos? Em atendimentos aos pais?
A Sra. Ministra confunde horas lectivas do professor com horário de trabalho, é muito grave.
E que dizer disto… “avaliação?… é só preencher um formulário numa simples folha A4″… ISTO PARECE SURREALISTA!…
Devia ser obrigada a pedir desculpas aos professores pelas quantidade de disparates que diz ,não sei se será por ignorância e se por má-fé.
Sempre que falo da escola, dos alunos, presentes e passados fazia-o e faço-o com um enorme prazer, com orgulho, com vaidade e acima de tudo com afecto. Quase que poderia fazer aqui um relatório individual de cada aluno que me passou pelas mãos e não foi preciso preencher tantos papéis para que o meu desempenho e a leitura que fazia de cada um deles fosse a correcta para o sucesso de cada um ,quer no seu percurso individual quer na sua integração na turma…
Será que o “antigamente” era assim tão mau?
Parabéns colega pelo belo texto que escreveu… fê-lo com coragem e acima de tudo dignidade.
Olívia

18 11 2008
pjrcarvalho70

Colega Carlos Ribeiro:
O colega não pode concordar com um sistema de avaliação só porque ainda não viu alternativas a ele, certo?
Eu já apresentei a minha alternativa, mas parece-me que como apenas tem uma linha de texto não merece crédito: mas eu repito: não façam os professores perderem tempo para provarem que são bons; mandem equipas externas multidisciplinares às escolas (tal como as inspecções ao estabelecimento) e vão observar os professores e todo o seu processo pedagógico e provem que eles são bons, ou não, e ajam em consonância. Tão simples quanto isso!
Agora, concordo consigo que o que vigorava até aqui era ridículo e nada fazia quanto à distinção entre bons e maus! Mas sendo professor, acho arrepiante como pode concordar com um sistema de avaliação destes; voltando ao epíteto da aberração, como pode concordar que um professor de Ed. Musical seja avaliado por um professor de Ed. Física! Nem que eu viva 500 anos jamais alguém me conseguirá enfiar-me isto na cabeça.
Cumps
Paulo carvalho

18 11 2008
AbenturaX

Eu já fui AVALIADO no ano transato… ou melhor não fui …. fui corrido com um “bom”!
palhaçada!!! quer tivesse eu sido medíocre ou excelente teria tido a mesma nota!

Antes de mandar há que saber mandar….
e não se manda fazer uma coisa insustentável…
Isto é sinal de INCOMPETÊNCIA de quem manda… e quem é que vai avaliar esta decisão??
AVALIAMOS nós professores… e façamos oposição!! já que todo o resto da sociedade dorme e dança ao som dos media… provavelmente, controlados!!
enfim… soa-me a “Goering!”

Resto da sociedade e jornalistas, deixem de ser mandados ou controlados…
procurem saber porque é que os professores estão revoltados.

Pois, a seguir sereis vós!!

Nós professores sabemos muito bem o que está errado no ensino…
fazemos o que podemos, com aquilo que a sociedade nos dá para fazer!!!!

e hoje a sociedade dá-nos alunos em que as meninas de 14 anos, filhas de boas famílias, vão ter com a psicóloga da escola e revelam a sua preocupação por ainda serem virgens, uma vez que as suas colegas já o não são, e como é que deverão resolver o “problema”… as meninas de 14 anos, vivem com o problema de terem de fazer uma plástica para aumentar as mamas para ficarem bem no vestido…

e estou a falar das meninas de boas famílias…

As discotecas, estão cheias até às 6h da manhã e com os papás no seu BMW à espera delas cá fora.
As salas de cinema e os shoppings estão cheios ao DOMiNGO à noite com … os nossos estudantes!!
Vejam a quantidade de bares jovens que proliferam nas cidades e vejam a quantidade de bebidas alcoólicas que são consumidas… ou soft drinks!
vejam, como se vestem as meninas de 15 anos… geração “morangos com açucar” para sair à noite e viverem aquilo que eu nem nos meus tempos de caloiro vivi! pois não havia essa sociedade!!!

Não há miúdos de 13-15 anos que não tenham uma vida cibernética em que grande parte da sua actividade cerebral se concentra em jogar ou pensar no jogo.. ou chat … ou Hi5.

ACORDEM!!!!! nós fazemos os possíveis… a Culpa não é nossa!!
por isso, não prejudiquem a nossa carreira e … ainda pior…. a nossa carteira… ficando impávidos e serenos sem saber do que é que se está a passar … e procurem saber das verdadeiras razões que estarão por trás destas decisões…
Ao longo de todos os tempos… nunca a carreira de docência deixou alguém ficar rico!!!
mas de uma coisa.. TODOS nós na nossa sociedade já nos apercebemos… principalmente os que são “baleias”…
“A sardinha está cada vez mais magra”

18 11 2008
Carlos

Todos somos diferentes. Uns mais corajosos que outros, mas está na hora de solta o grito de revolta. Eu sou avaliador e também tenho receio que venha a haver repercussões, afinal nas ditaduras costuma haver, mas não contem comigo para esta fantochada… EU NÃO AVALIO NEM PRETENDO SER AVALIADO POR ESTE MODELO. Que pode acontecer? Não progredir na carreira? Afinal não foi isso que aconteceu nos últimos 2 anos e meio? Se não progredir paciência, mas não vou abdicar desta luta. Quero continuar a ser feliz e contribuir para um futuro melhor deste país. Como se costuma dizer… seja o que Deus quiser.

18 11 2008
João Norte

De facto, temos aqui alguem que é corajoso, sabe do que fala e fala o que deve. Sou professor aposentado já há 7 anos, não apanhei esta pseudoreforma, mas estou atento a ela. Tenho escrito sobre o que está em causa: menos gastos com os professores,acabar com a carreira,privatizar o ensino: Só não vê quem não quer. O problema é que os nossos políticos alinham por este caminho. O PSD, que agora tenta desmarcar-se por interesse eleitoral, é o grande defensor deste caminho. Há muitas razões para melhorar o ensino mas estas medidas não visam isso. A grande brecha no professorado foi dada com o novo estatuto e com a criação do titular,não em si mesmo, mas na forma e objectivo que teve. É lamentável que se siga por um caminho que já sabemos onde vai dar. Os nossos políticos não sabem nada de educação. A nossa sociedade, na sua maioria, continua a ver no professor apenas o antigo ensino primário com muitas férias e poucas horas de trabalho. A demagogia é fácil e é o que temos como método do nosso governo para a educação é demagogia. Já vou longo. Vejam o meu site. http://joaonorte.com. Força colegas!

18 11 2008
licínia

Sou aposentada ainda não há um ano, mas sou professora para toda a delineada. Eu disse muitas vezes, em C.P., que não estava preparada nem ciêntificamente minha vida! Aposentei-me em Maio passado e era na altura professora titular. Não imaginas Pedro, qual a minha alegria em ter deixado de ensinar/formar! Não prorque não gostasse de fazer aquilo para que um professor está vocacionado, mas e só, porque não concordava com a avaliação de professores tal como está prevista. Não me sentia capaz, nem cientificamente nem humanamente para avaliar colegas meus que tinham mais preparação cientifica que eu. Era coordenadora do departamento da Ciençias exactas e experimentais e professora de Ciencias da Natureza e de matemática de 5º e 6º anos. Fiquei muito satisfeita com o teu texto, Dou-vos todo o meu apoio. Vão em frente! A nossa Ministra da Educação vai ter que requar! A escola, a avaliação faz-se com os professores!! Só estes lhe podem dar corpo. FORÇA!!!!!

18 11 2008
Pedro Nuno Teixeira Santos

Caro colega “Carlos Ribeiro” das (09:03:32) :

Sou filho de professora e depois funcionária da Segurança Social…Por ser filho de uma excelente profissional, e pelos inúmeros desabafos que fui ouvindo ao longo da minha vida, acredite que já defendia a AVALIAÇÃO muito antes de ter chegado a professor.

Defendi-a, durante a minha profissionalização, perante uma plateia de colegas que quase me “devoravam” vivo! Resisti e não alterei 1 mm a minha posição; nem na altura, nem agora!

Evidentemente que defendo uma avaliação séria (e com consequências!) de todos os funcionários públicos e não apenas dos professores…Escusado será dizer que “esta” está morta desde o início e por dois motivos bem simples.

1º) Baseia-se numa divisão artificial da classe, em que os que foram promovidos a “titulares”, e que deveriam avaliar os demais, não foram necessariamente os mais competentes; não prestaram quaisquer provas, tendo bastado determinado tempo de serviço e o cumprimento de certos cargos, o qe não torna esses colegas automaticamente mais competentes para avaliar os demais.

2º) O Ministério não pretende consequências sérias deste processo. Não pretende “excelentes” ou “insuficientes”. Pretende a mediania, a burocratização e nada resolver do que efectivamente está mal. O importante é o “acessório”, ou seja, é a pretensa imagem de rigor que se quer passar para o exterior, isto é, para a sociedade.

Não contem comigo para alinhar em mais hipocrisias…Além de que, esta avaliação é, apesar de tudo, o menor dos males de tudo o que de errado sai da 5 de Outubro.

Colega Ana (21:51:28) :

Pergunta pela “chama”?! Posso também perguntar pela sua e pela dos demais quando eu andava nos mini-concursos, em cenas absolutamente degradantes, a humilhar-me por horários de 6 horas?! Ou quando fiquei desempregado? Não me parece a altura, muito sinceramente, para esse tipo de “ajustes públicos”…Não sou perfeito e erro todos os dias mas, perante a minha consiência, sempre estive presente em todas as lutas em que acreditei. Esse defeito não tenho…Mas tenho muitos mais!

Cada um respeita a sua consciência e, em matéria de “chamas”, estou muito bem com a minha e tenho tido um sono bem tranquilo…

COMPREENDO, RESPEITO e ADMIRO a sua coerência e o seu modo de lutar contra o “sistema”.

Tem toda a razão quando diz que numa democracia as leis são para ser cumpridas, mesmo quando delas discordamos. Isso nem merece discussão…

Mas advogo-me o direito a resisitir (Artigo 21º da Constituição da República Portuguesa), retirando daí todas as consequências para a minha vida pessoal e profissional.

Adoro ser professor mas não ao ponto de ter que engolir a minha dignidade para o ser. E se estiver a mais neste profissão, eu próprio tomarei a decisão de me demitir…

Não entrego os objectivos e assumo as consequências do meu acto! Não alinho naquilo que, perante o meu exame de consciência, é um processo hipócrita que em nada, em rigorosamente nada, faz de mim um melhor professor e até, eventualmente, me penalizaria nos meus pontos fracos.

Basta!!!! Há sempre alguém que diz “não” e eu digo-o!

O “não” é mais do que a este processo avaliativo ou a esta ministra; é às políticas facilitadoras de um ministério que está a arrastar a credibilidade do ensino público para o lodo…Eu digo “não” a isso e ASSUMO-O EM TODAS AS SEUAS CONSEQUÊNCIAS LEGAIS!

Com os melhores cumprimentos e sempre ao dispor,

18 11 2008
Gabi

Não sou professora, por opção!

Sou mãe, por opção.

Tenho o maior respeito pela vossa profissão, à qual querem tirar toda a dignidade.

Bons e maus, em todo o lado os há, e sempre houve. Também os tive e fui sempre boa aluna (encontrar maus médicos é que foi irreversível, haverá avaliação para eles????)

Só porque na sociedade moderna se tem filhos para os quais não temos disponibilidade de tempo para os educar, que esta sim é a principal questão, os professores são penalizados?

Não estou a condenar os pais, eu também faço parte deles, mas culpo a sociedade! É que é impossível o ordenado de um dos conjuges sustentar um lar condignamente, tem de trabalhar os dois a tempo inetiro, logo são as crianças as mais prejudicadas e mais tarde as desagradáveis e as que vão fazer com que se exija que os professores sejam os únicos” educadores e “vitímas” dessas crianças, como pode haver sucesso escolar nestas condições?
Ora, então, não é mais fácil penalizar os professores que tomar as medidas necessárias para que se criem as condições para as famílias? Estamos em tempo de crise…, quantos pais conseguem, depois de um dia de trabalho e de viagens cansativas, ter tempo e disponibilidade para dedicar aos filhos o tempo que eles tanto precisam???? Acreditará alguém que os professores não vivem este mesmo dilema???
A consequência é o insucesso escolar, mas basta de culpar os professores!

É que assim vamos assistir ao “sucesso escolar” que sem nada se aprender se tem um “BOM”, enquanto os profs. andam afundados em burocracias a avaliarem-se uns aos outros sem tempo para aulas em condições (também nem vai ser necessário) nem para a família, isto para não falar nas distâncias que todos os dias percorrem para as escolas, nós, os não professores com um, dois ou três filhos, temos uma grande dose de paciência para estar com eles uma pequena parte do dia, os professores estão com 25 ou mais de cada vez O DIA TODO!

Belas condições de trabalho para quem lida com crianças e jovens.

Pais, todos deviamos unir-nos para que os futuro dos nossos filhos não seja o de analfabetos com diplomas.

Professores, o meu profundo respeito e solidariedade!

18 11 2008
Graça

Um texto fantástico, sim.
Também eu e muitos milhares sentimos o mesmo; mas temendo a nossa vertiginosa caminhada para a aceitação do modelo, talvez com uma operação de charme e um pouco de verniz em cima.

Escrevi este texto no dia seguinte à 2ª manifestação de Lisboa. Reutilizando uma frase de um (dos poucos) colegas que estava presente da minha escola. “Toda a gente tinha casamentos e baptizados hoje…” Tinham medo, talvez, não os recrimino. Lamento apenas, com alguma mágoa.

No dia 8 de Novembro de 08, bem ou mal, não tive nenhum casamento,
baptizado, consulta inadiável e nenhuma das minhas pernas ou da minha
família partidas.

Não me preocupou a chuva, a maçada do velho autocarro, o curto sono e os
quilómetros calcorreados.

Não me preocupou encher a barriga de sandes e esperar na fila da casa de
banho da estação de serviço.

Não, porque esse era o caminho. Apenas o caminho, não para mudar nada, mas
para mostrar a minha indignação. Dizer, “este é ainda o meu país democrático
e quero mostrar o meu desacordo”. Meus queridos colegas, este JÁ NÃO É O MEU
PAÍS DEMOCRÁTICO.

Já me irritam os emails de crítica ao modelo de avaliação; já me irritam as
conversas, as queixas e vejo com tédio a resignação E o contínuo caminhar,
com disfarçada discórdia a ver onde posso mostrar ser melhor que o meu
colega.

O colega com quem deveria trabalhar a par , não para que todos vissem que o
faço, mas para um ensino crítico, de qualidade e com múltiplas perspectivas.

Tenho de controlar o desprezo que sinto em quem cumpre as grelhas,
queixando-se que *ninguém faz nada…a burra da ministra…*

Ao contrário da maioria, discordo do “ninguém sozinho consegue mudar nada,
temos que ser todos”. O TODOS é importante, mas é meramente simbólico. O
nosso poder de mudar está com cada um, actuando de forma solidária para um
melhor sistema. Um sistema que não nos deixe contaminar de *senso comum, *de
falaciosa propaganda economicista que tem como objectivo final dizer:

A ESCOLA PÚBLICA NÃO É DE QUALIDADE E A CULPA É DOS PROFESSORES. Que terá
por finalidade transformar a escola pública um espaço guardador de crianças
que não têm alternativa económica para aceder à qualidade.

Tem por fim transformar os profissionais intelectuais e críticos que são os
professores em meros guardadores indiferenciados de pobres, desprovendo-os
da sua intelectualidade.

POUCOS ESPAÇOS HÁ NO TERRITÓRIO NACIONAL QUE CONCENTREM ESTA QUANTIDADE POR
METRO 2 (m2) TANTOS QUALIFICADOS DE NÍVEL SUPERIOR, EM TANTAS ÁREAS DE
CONHECIMENTO COMO ACONTECE DENTRO DAS PAREDES DE UMA ESCOLA.

NÃO SE ESQUEÇAM DO QUE SOMOS.POR FAVOR.

NÃO VAMOS ACEITAR.

NÃO ACEITEM. ASSINEM CONTRA ESTE MODELO DE AVALIAÇÃO

*Os meus parabéns a todos que mostraram a sua discórdia e estiveram
presentes na Manifestação de Professores do dia 8 de Novembro.*

18 11 2008
pjrcarvalho70

Caro AbenturaX:

Aí está um retrato nu e cru da sociedade que temos e que parece que ninguém se atreve a falar.

Obrigado pela coragem e lucidez!
Um abraço

18 11 2008
António da Cunha Duarte Justo

Parabéns e obrigado pelo testemunho!

Os professores estão a dar um grande exemplo a Portugal e ao mundo.

A “política da aparencia” precisava de ser desmascarada num país que mais parecia da Bela Adormecida.

O Governo, na sua intenção de remodelação do Estado português baseada numa administração autoritária centralmente controlada por um aparelho virtual, começa a sentir-se incomodado, pelo facto de deparar com gente decidida, com vontade de servir o povo português que não apenas um Estado cada vez mais ocupado e ocupante.

O que o ME tem feito com os professores em Portugal, exercitou-o antes, a partir de 1997, com os professores de ensino de Portugues na Alemanha. Estes não foram solidários e o ME ganhou. O ME ganhou, porque além de ter uma administração surda-muda e autista consegue estender os seus braços até ao meio sindical, justiça, etc. Como o Governo tem uma oposição fraca e comprometida permite-se uma arrog^^ancia que numa Alemanha só seria concebível em países autoritários não desenvolvidos.

Parabéns, a vossa luta dá-me esperança em Portugal.
António da Cunha Duarte Justo
Professor na Alemanha

18 11 2008
Margarida

PARABÉNS ! ESTA MINISTRA SÓ PODE SER DEMITIDA DEPOIS DE PASSAR 6 HORAS DENTRO DE UMA SALA DE AULAS COM TURMAS COMPLETAS E SEMPRE A ENSINAR.

18 11 2008
força

“O DESCONTENTAMENTO É O PAI DO PROGRESSO”
ainda há homens com “tomates”

18 11 2008
APinho

Como alguém disse, ‘ nã habia nexexidade!!’ Para onde vai o nosso país? … insegurança, descuidados de saúde, simplex para a nova empresa e falência, agora, querem fazer o mesmo com “a nossa dignidade profissional”!?… mas claro que não o conseguirão!! Porquê? A Democracia é mais forte! O que nos dá alento, falo por mim, são os alunos, todos! Respeito quem me respeita!! E nunca vou descer ao nível da laia dos que nos querem espezinhar!! Li com interesse o que o professor de Silves escreveu. Tanta coisa que concordo. Mais uma!
Saudações
Élói … de Pinho

18 11 2008
Maria Emília

BRAVO… VALENTE .

Sou mãe de 6 filhos (o que já vai sendo raro). Sou aposentado há um ano e meio, da melhor profissão que exerci – SER PROFESSORA – dar todo o tempo na Escola, em casa, na partilha de ideias com os meus filhos – um deles também é professor. Infelizmente para ele a dar 9horas no complemento curricular, porque este Ministério alterou também a regra do concurso, que era nacional e agora é por Escola ou “por escolhas “. A minha aposentação foi o modo que tive de dizer não ao concurso para titular, pois nessa altura reagi que não estava correcto professor de primeira e de segunda. Continuo a falar com os colegas de todas as escolas por onde passei e encontro sempre a tristeza, a angústia. Felizmente este texto aparece-me enviado pelo meu filho. Fiquei contentíssima. Há HOMENS E MULHERES DE VALOR E COM VALORES. Parabéns colega.
Para outros comentários de pessoas que não entendem esta profissão ou melhor missão fui muitas vezes confrontada na minha vida, mas rapidamente os calava e dizia ” é simples… trocamos por uma semana e logo verá a diferença”. Ninguém queria estar com os miúdos. Para mim foi fácil dizer esta frase, porque trabalhei desde os 16 anos como empregada numa livraria, como dctilógrafa, como chefe de uma secção de importação numa grande empresa, enquanto ia estudando e tirando o meu curso com muito amor e apoio.
Por todos estes motivos e porque desejo para os meus netos e bisnetos o melhor ensino público, força colegas. A avaliação é necessária mas estudem e apliquem o que não tira tempo para o ensino.
Parabéns e força, em casa vou “pedir a Deus” por todos vós.

18 11 2008
Sabugal

Muitos parabéns pelo texto, que todos se identifiquem com ele e que o medo deixe de nos enviar para o fundo do poço em que este governo nos está a tentar enfiar.
Fico deveras revoltado quando vejo a figura dessa senhora, que deve ser uma óptima cozinheira tendo em conta o tamanho do “tacho” que lhe arranjaram, vir à televisão falar de ensino, de escolas e de professores. Ficaria admirado se essa senhora tivesse mais conhecimento de causa do que uma criança que frequenta uma escola pública e digo isto porque nunca vi em nenhuma notícia o tempo de serviço que essa tal de Ministra tem como docente no ensino público.
Assim não!! Pagam-se rios de dinheiro para contratar um seleccionador nacional, porque os jogadores têm que fazer boa figura e ter óptimas prestações. Tenho a certeza que por um ordenado muito inferior ao de seleccionador, se conseguia contratar um(a) ministro(a) com muito mais capacidade de motivar e arrancar óptimos resultados da classe docente.
Sr. Sócrates, o senhor diz que não faz isto ou aquilo a pensar em votos. Então também já se esqueceu que muita gente, incluindo eu, (vergonha) deu a cara numa campanha eleitoral faliciosa e que neste momento encaro os colegas diáriamente no local de trabalho com a cara com que defendeu quem neste momento nos está a apunhalar pelas costas.
TRAIDOR!!!!! JUDAS!!!!!
Um Professor que infelizmente ainda é militante do PS, mas a quem poderia cair um raio em cima se nas próximas Legislativas votasse no partido que julgou ser defensor da democracia.
Abraços e muita força.

18 11 2008
Ana Cristina

São atitudes como estas que me fazem sentir orgulhosa de ser professora.

18 11 2008
gpaulo

Por vezes sentimos falta de coragem…
mas, quando vemos nos olhos dos nossos alunos e os nossos filhos,
ganhamos uma força desmedida, que somos capazes de mudar o mundo…
se as crianças são o futuro, somos nós (os professores) que temos a obrigação de lhes dar os exemplos de coragem e confiança …
vamos em frente.

18 11 2008
Celestino Gonçalves

Não é preciso ser-se professor (o meu caso) para se ficar impressionado com o texto deste professor que tem os tomates no lugar!
A minha solidariedade!
Celestino

18 11 2008
fatima soares

Não sou professora , mas sou funcionária publica que sempre respeitou o seu posto de trabalho ,às vezes deixando a familia para segundo plano para cumprir o meus deveres de funcionária, estou e sempre estive consciente que seja qual for a categoria é urgente, cabe a cada um de nós apoiar este Sr.Profr. e fazer das suas palavras o nosso estandarte ,de honra,dignidade e respeito por nós próprios ,fazendo com que nos respeitem somos cidadãos Portugueses pagamos imposto e trabalhamos todos os dias mesmo com a ameaça constante de sermos disponiveis à força,ainda que os serviços se debatam com falta de pessoal.Todos ás manifestações que deveriam ser de todos os funcionários públlicos independentemente da carreira.Bem haja Sr. Profr.

19 11 2008
Manuel Pinheiro

Caros Colegas
Fui professor do 5º. grupo cerca de 21 anos, tendo trabalhado igualmente durante 14 anos na industria e cerca de 1 ano numa instituição financeira. Presentemente estou reformado.
Sei de cor e salteado ao estado a que chegou o ensino em Portugal. Simplesmente uma GRANDE BALDA. Não se pode chamar à atenção do aluno, porque pode ficar traumatizado. Não se pode chumbar, porque pode ficar traumatizado. Não contam para nada as faltas, porque pode ficar traumatizado. Não deve fazer exames, pois o que conta é passar o ano lectivo a chatear os professores, a faltar, a conhecer umas colegas ou uns colegas bacanos, aprender maus vícios, ter direito a subsidios por tudo e por nada, porque pode ficar traumatizado. Os papás na grande maioria dos casos acham os seus rebentos muito giros, muito dentro do prazo, muito bem comportados e quando são chamados à escola, juram a pés juntos, ser impossível que os seus rebentos, tenham feito qualquer coisa de errado. A culpa é sempre dos outros, ou dos auxiliares ou dos professores. Eles os alunos é que são as vítimas.
Perante isto e muito mais, resolvi aposentar-me, PARA NÃO FICAR TRAUMATIZADO.
Mas pouco ganharei, pois dentro de poucos anos esses a quem tudo é permitido, para não ficarem traumatizados, estarão ao comando do meu País.
Caminhamos de derrota em derrota até à derrota final.
Assim vai este País, governado pelas esquerdas, rumo ao socialismo.
Cumprimentos

19 11 2008
armando

Estou muito sensibilizado com este texto, que é espectacular! Espero que não fique um só cidadão deste país sem o ler. A luta dos professores também é a luta de muitos pais e mães deste país. Sinto que algo de muito importante e histórico está para acontecer. Sou um pai muito preocupado com o futuro que este país tem para oferecer aos nossos filhos. Força. Parabéns!

19 11 2008
Valdemar Martins

Amigos,

Eu, Valdemar, contratado do grupo de Educação Física, que por vezes também sonho ser grande e famoso mas quando chega a hora da verdade prefiro ficar no meu lugar, pois é essa força, a dignidade, que me dá força para subir um degrau de cada vez e entender porque consegui subir esse degrau. Muitos chamados ilustres utilizaram poções mágicas para subir e agora não percebem o que podem e como se devem fazer as mais elementares tarefas sociais, esqueceram-se da verdade, da lealdade, da riqueza do comum mas não se esqueceram da demagogia, da manipulação, da ameaça, que é talvez a pior arma numa relação, pois dentro da prisão do medo, acaba a nossa liberdade e a nossa força e eles sabem perfeitamente disso.
Os verdadeiros responsáveis por este clima social, que vão além dos pobres de espírito dos nossos governantes, mas sim os gestores e empresários, também infiltrados no governo pelos seus testas de ferro, roubam e manipulam os factos como de um jogo se tratasse e brincam connosco como peças de um enorme tabuleiro de xadrez e alimentam que alguém compre o que quer e à hora que lhe apetecer o mais luxuoso dos objectos enquanto uma criança morre à fome de 4 em 4 minutos. Sabem lá o que significa ser líder ou politico de um povo, sabem lá o prazer de ajudar um povo a evoluir, sabem lá tremer no seu interior com ideias altruístas e abnegadas, sabem lá perderem-se e esquecerem-se a si próprios e encontrarem-se num local onde todos são importantes e úteis.
E agora
Onde fica na nossa sociedade as palavras Escola, Família …. ou seja aquelas que educam. As pessoas já não sabem amar, nem sentir por isso já não sabem como se aprende, sabem como se consegue a nota final, quais os papeis quem têm de preencher, quem têm de bajular para conseguir aquela nota que vai dar muito dinheiro e dizem que depois a felicidade aparece. E assim aparece esse fantástico fenómeno a avaliação para dividir, e produzir uma cadeia de poder onde todos acabam por ficar reféns e dependentes uns dos outros.
Porque não funcionarmos em grupo ou seja uma equipa, pois é nesta dinâmica que tudo nasce sem perceber muito bem a origem, que pode ser apreciada e se quiserem avaliada, pois não se esqueçam só temos significado com outros à volta. A avaliação de hoje isola-nos, transforma-nos em máquinas acaba com o nosso interior porque ele depende e vive da troca, da cumplicidade, do companheirismo, da igualdade e do amor. Por isso o fenómeno equipa é fabuloso usem e abusem dele.
Malta vou dormir e sonhar abraço e não tenham medo da felicidade.

19 11 2008
Odete

FORÇA PEDRO

19 11 2008
Gabi

Voltei!

Porquê?

Não porque não dei os meus parabéns aos Prof. Pedro Santos (Autor) e Paulo Carvalho que o divulgou de forma fantástica, não, (se não lhes encontrasse valor nem sequer comentava, coisa que raramente faço, só quando me toca mesmo, como foi o V. caso) mas, exactamente pelo alerta e seriedade com que tratam o assunto.

Porque SOU MÃE, já pertenci a uma comissão de pais que quase me esfolaram viva e VEJO!

Pessoalmente, por exemplo, a questão das faltas não me incomodaram muito, embora entenda perfeitamente o caso dos alunos com problemas de saúde, mas estou em crer que o maior dilema são os alunos que se fartam de faltar com a cobertura dos pais, que foi por causa desses que esta nova lei veio, claro que sem as devidas excepções, agora feitas (ou não).

É que há uma grande maioria de pais que não entendem, (ou não lhes dá jeito entender), porque infelizmente tenho-me encontrado quase que sozinha e marginalizada como MÃE, só porque tento fazer compreender qual o verdadeiro problema do ensino, não só pelas loucuras dos últimos ministérios, grandes responsáveis pela falta de respeito que tantos pais e alunos têm pelos professores, como a “obrigação” que alguns imputam aos professores de educar os nossos filhos, que eu não posso aceitar de forma alguma, eu quero que eles tenham a educação que eu acho melhor e não a que diferentes professores dariam, mas quando pomos o dedo na ferida, não são só os professores que são agredidos, os pais que educam também (falo por experiência), não faço panelinha com professores/as, só acho indigno o tratamento que dão a quem tem por missão nos ajudar a criar valores e nenhuma de aturar os nossos meninos mal educados!

Parabéns AbenturaX,
essa é a tal ferida que quando pomos o dedo, somos mal tratadas, p.e., numa reunião de pais, isto porque em minha casa há regras, não há dormidas em casas de coleguinhas, não há discotecas, logo, virei DITADORA!!!!, mas tenho três filhos que têm sido bons alunos e que os únicos recados que trazem para casa são: “interessado/a, educado/a, continua…”

Eu, só na antiga 4ª classe e admissão tive 5 professores e vos garanto que não sou nem nunca fiquei traumatizada, a minha mais nova tem 13 anos e ainda sou eu quem escolhe a roupa que deve usar, ao contrário das coleguinhas que “não admitem” que sejam as mães a fazê-lo e vos garanto que a minha não é traumatizada, nem nunca foi a psicólogo algum, nem tampouco as suas notas baixaram e continua a mesma brincalhona que sempre foi, tal como os irmãos, nunca nenhum mostrou ter necessidade de procurar na rua entretenimento, quando me fartam de dizer que é uma prioridade para o bom desenvolvimento(?).

Cá em casa os únicos que “não admitem” são o pai e a mãe, filhos sugerem e respeitam as regras, discutem os seus problemas que, dentro da idade de cada um, têm sempre uma palavra do pai e da mãe e espero que amanhã saibam dar valor a esta posição dos pais.

Ao que tenho visto e sentido o problema do ensino começa em casa!

Sei que muitos pais vão ter vontade de me atirar aos leões mas insisto:
PAIS, A EDUCAÇÃO É O PRIMEIRO PASSO PARA O SUCESSO ESCOLAR E QUALIDADE DE ENSINO, não há professor possa transmitir seja o que for numa sala em que alunos picam colegas com os bicos do lápis, conversam como se estivessem no recreio, atiram papéis, respondem sem qualquer respeito, não têm qualquer incentivo a estudar, passeiam livros que nos custam uma fortuna e principalmente quando não parte só de um ou dois alunos, É ESTE O CONTRIBUTO QUE PODEMOS DAR PARA UM ENSINO PÚBLICO CONDIGNO, não há maior comodismo que atirarmos a responsabilidade para os professores dos trabalhos que nós não fazemos em casa.

PEÇO DESCULPA POR USAR ESTE ESPAÇO PARA ESTE APELO, mas não creio ser suficiente estarmos solidários convosco nas “reconquistas” e depois? Será mais fácil a vossa arte de ensinar se nada fizermos pelos nossos?

EDUCAÇÂO PRECISA-SE!!!!

19 11 2008
Dário Leitão

Palavras para quê!?…A verdade nua e crua aqui está, neste belissimo texto em jeito de desabafo e critode revolta, mas que espelha bem aquilo que só vê quem quer ser cego! BRAVO colega. È com gritos destes que se move o mundo! Eu sinto como você tudo aquilo que escreve. Estou como você expectante, mas, apenas acredito que a arrogancia da Ministra vai prevalecer. isto se nós realmente quizermos! Pois se nada fizermos, eles vão conseguir seus objectivos: destruir a escola pública com o recurso a humilhação de um grupo profissional e de um pais que, desta maneira, ficará muito fácil de governar. este será o seu principal objectivo. Manterem~se no poder e governarem borreguinhos, ignrantes…por isso não nos deixarem ensinar! Onde é que eu já vi isto!? Pois. Aqui mesmo. Mudam os cús mas a caca continuam a mesma!
Coragem!!! Não deixe de escrever e deitar cá para fora essa facilidade de sentir as causas. Só assim, muitos de nós perderão o medo e sairemos desta inercia a que nos dotamos que, confesso, nem sei explicar o porquê de tanta gente contaminada!?…
Abraço e boas aulas.

19 11 2008
Dário Leitão

Palavras para quê!?…A verdade nua e crua aqui está, neste belissimo texto em jeito de desabafo e grito de revolta, mas que espelha bem aquilo que só não vê quem quer ser cego! BRAVO colega. È com gritos destes que se move o mundo! Eu sinto como você tudo aquilo que escreve. Estou como você expectante, mas, apenas acredito que a arrogancia da Ministra vai prevalecer. isto se nós realmente quizermos! Pois se nada fizermos, eles vão conseguir seus objectivos: destruir a escola pública com o recurso a humilhação de um grupo profissional e de um pais que, desta maneira, ficará muito fácil de governar. este será o seu principal objectivo. Manterem~se no poder e governarem borreguinhos, ignrantes…por isso não nos deixarem ensinar! Onde é que eu já vi isto!? Pois. Aqui mesmo. Mudam os cús mas a caca continuam a mesma!
Coragem!!! Não deixe de escrever e deitar cá para fora essa facilidade de sentir as causas. Só assim, muitos de nós perderão o medo e sairemos desta inercia a que nos dotamos que, confesso, nem sei explicar o porquê de tanta gente contaminada!?…
Abraço e boas aulas.

19 11 2008
Carlos Carlos

Caros colegas:

Sou professor há cerca de 20 anos, mas comecei tarde naquilo que para mim foi a descoberta da minha vocação. Tenho a felicidade de partilhar com alunos e estagiários o que sei e de receber deles aquilo que eles sabem. Sou feliz porque apesar de tudo consigo ter uma vida mais ou menos equilibrada, fazendo o que eu gosto: partilhar. Posso dizer que vivi 21 anos no chamado ” tempo da outra senhora” e que sei onde estive no dia 25 de Abril de 74(estive lá). Aprendi ao longo dos meus quase 56 anos muitas maneiras de encarar os problemas e de o resolver, quer através da luta directa ou de formas mais subtis de a exercer. Penso que a melhor de todas é a da não-violência: abramos a porta a esta investida cega e surda de um governo que não consegue ver para além do seu próprio umbigo; abramos a porta e deixemo-lo passar; quando isso acontecer, poderemos então aplicar um toquezinho não-violento, mas algo correctivo que o faça desiquilibrar ou mesmo cair. E qundo ele voltar a investir continuemos a fazer o mesmo.Lembrem-se do Ghandi. Pelo meu lado posso dizer que em relação a este processo nada fiz. Limito-me a dar aulas e a apoiar os meus estagiários. Como a disciplina se presta a promover bastante alegria (Música), acho que até certo ponto tenho a vida algo facilitada. Mas não se iludam: mesmo em Música alunos há que gostam de levantar problemas. Mas cá se vai dando conta do recado. Mas como dizia, nada fiz até agora. E não tenciono fazer; é que fui ver ao dicinário e a palavra NÃO ainda lá está. Logo, eu digo NÃO. Não a este modelo de avaliação, não a este governo, não a esta ministra, não a estes secretários de estado, não aos colegas que dizem sim ou pior, nim, não aos “novos oportunistas” (licenciados em Novas Oportunidades), enfim NÃO a tudo o que neste país está mal(saúde , banca etc etc).
Obrigado por este texto Pedro. Que os colegas vão buscar a coragem de dizer NÃO. Já chega de enxovalhos e de palhçada.
Em relação a este governo o “Obviamente demito-o” do Gen. Humberto Delgado vem mesmo a calhar; ou então a de Eça de Qeuirós ” este governo é uma nódoa, deve ser tirado com benzina”

Cumprimentos

19 11 2008
kico

Parabéns, Pedro!… Este texto fez-me sentir que nunca como agora fez tanto sentido a frase ” A RAZÃO DA NOSSA FORÇA É A FORÇA DA NOSSA RAZÃO “.
Interiorizem este slogan, colegas, e lutem pela vossa RAZÂO!…

19 11 2008
P.T.

Caros Amigos:

Não sendo professor concordo em absoluto com a vossa luta.
Aquilo que sou devo-o em muito ao elevado grau de exigência que os meus professores desta Escola Pública em vias de extinção, sempre me exigiram. A eles todos o meu muito obrigado e a vocês o meu respeito pro ensinarem aos vossos actuais alunos na prática que não há acto mais digno do que lutar contra uma autoridade injusta e que premeia a mediocridade.

Um Abraço

19 11 2008
João Paz

Sem educação não há futuro!
É uma frase batida mas nem por isso deixa de sedre verdadeira.
O que esta ministra e este governo estão a fazer é destruir tudo o que é público.
Naturalmente a Educação e a Saúde são os primeiros alvos a abater.
Sou Enfermeiro por isso sei do que falo.
Bem hajam professores não só por terem ajudado os meus filhos a serem o que são hoje mas também por agora com a vossa luta memoravel travarem um pouc o o passo a estes senhores.
A sua primeira intenção é porem-nos a todos uns contra os outros.
Obrigado por mostrarem narua que isso é inaceitavel.
Contam, como sempre contaram com o meu apoio.
João Paz

19 11 2008
Mariana Emídio

Parabéns colega, pela sua coragem e frontalidade. Revejo-me no seu depoimento. BEM-HAJA!

19 11 2008
Jorge Santos

Porque é que os professores que passam a vida a avaliar os alunos estão com medo das avaliações?
Os professores precisam de entender que o objectivo da escola é educar os alunos e não dar emprego aos professores.
Criticar nos termos que os professores fazem só vai diminuir a credibilidade da escola (escrevo isto com o à vontade de membro da geração “rasca” que assim foi apelidada pelos excessos de alguns).
Os professores não podem querer ter os salários do sector privado e o conforto e regalias do sector público.
Infelizmente os professores só estão a ensinar aos alunos a criticar sem se envolverem na resolução dos problemas, para criar mais uma geração de velhos do restelo.
Os professores criticam a educação em Portugal mas esperam sempre que venha a legislação perfeita que resolver os problemas todos em vez de arregaçar as mangas, confrontar os colegas incompetentes e melhorar as coisas no dia a dia.

20 11 2008
Carlos de Pina

No ano lectivo passado eram só os contratados a ter avaliação e ninguém falava. Este ano são todos os docentes e já há manifs, suspensões do processo de avaliação e tudo o resto. Não me falem em solideriedade ou em união, porque isso só se revela quando toca a todos (e parece-me tudo muito artificial). Caso contrário mantemo-nos no nosso cantinho à espera de não apanhar estilhaços quando a bomba explodir.
Os sindicatos cantaram vitória, quando foi apenas o adiar do problema. Estamos muito mal representados!

Este modelo de avaliação não é bom, mas ele já não é bom desde o início e só este ano lectivo é que a maioria se apercebeu da realidade.

Cumprimentos

20 11 2008
Lena

Li o texto do Pedro. Parabéns!
Sem questionar as razões que os professores apresentam para contestar este modelo de avaliação que se torna, na minha opinião, excessivamente burocrático e com um elevado risco de injustiças, gostaria apenas de referir que, no ano lectivo anterior, não foram apenas os professores contratados que foram avaliados e que a dita “avaliação simplificada” que se realizou nada tem que se compare com esta a que chamo eu “avaliação complicada”. Por outro lado, também considero que quem aqui vem contestar o modelo de avaliação deveria, pelo menos, passar o texto por um corrector ortográfico… A todos os que lutam e lutaram pela dignificação da nossa profissão e a todos os que tudo dão pelos alunos PARABÉNS! Esses são de certeza reconhecidos e avaliados com Excelente pelo menos pelos alunos!

20 11 2008
Fátima Pereira

Li com atenção grande parte destes depoimentos – e não li mais e com mais atenção, porque hoje é dia “SEM ACTIVIDADE LECTIVA”, mas uma vez mais tenho imenso trabalho da escola para realizar, “E NÃO ESTOU AINDA A TRABALHAR NA AVALIAÇÃO” e, portanto, já um pouco ansiosa para começar a realizar tudo o que tenho programado para hoje. Não escrevo para elogiar o Paulo e o Pedro ou dizer que estou de acordo com eles – já muitos o fizeram – mas para acrescentar alguns pormenores que ainda não vi referir. Concretamente, o novo modelo de avaliação de docentes, que pretende “Diferenciar e premiar os melhores profissionais” (art. 40, ponto 2e, do Dec-Lei nº 15/2007 de 19 de Janeiro), diz, neste mesmo decreto, ponto 5 do art. 46 que “A atribuição da menção qualitativa igual ou superior a Bom fica dependente do cumprimento de, pelo menos, 95% das actividade lectivas em cada um dos anos do perído escolar a que se reporta a avliação”. Se esta exigência me é feita, pergunto porque não foi também feita a todos os que concorreram a titular? Mas são esses titulares, supostamente os “melhores profissionais” que, sem terem tido necessidade de formalizar esse requisito, – e muitos outros – me vão avaliar. Há dias, em tom de brincadeira, perguntei a um aluno se reconheceria autoridade a um colega para o avaliar e a resposta foi natural e imediata: Não.
Sou PROFESSORA por opção e vocação. Acredito que muitos dos meus alunos diriam do meu entusiasmo, do meu interesse , da minha justiça e do meu amor por eles. Sempre me repugnou observar como colegas – muitos colegas, infelizmente – não respeitavam ou dignificavam a profissão – e, por isso, sempre entendi a avaliação como uma necessidade e justiça. Curiosamente, alguns desses colegas foram aqueles que o concurso de Professor Titular, “diferenciou e premiou”.
Aos Encarregados de Educação gostaria de dizer que este sistema de ensino não vai beneficiar os seus educandos. Os professores dignos e conscientes não se deixarão abalar por este sistema e nunca prejudicarão os seus educandos, mas ser-lhes-á exigido um grande esforço e muitos – os de mais idade e mais experiência – irão abandonar o ensino – como está já a acontecer. Os outros não irão fazer melhor em nome desta avaliação.
Aos colegas gostaria de dizer que esta situação chegou a este limite porque não se combateu o “Bom Combate” no tempo certo – aquelas greves em anos lectivos anteriores: a mentalidade portuguesa é muitas vezes esta: deixar que os outros lutem, sejam penalizados no seu salário, e depois beneficiar também dos esforços alheios. Parece agora que as coisas estão a mudar – mas quando chegar o momento da luta cerrada, possivelmente a exigir sacrifício, irão manter o espírito de luta?

20 11 2008
Betina Martins

Bravíssimo colega Pedro. Parabéns!

Perdoem o desabafo, mas escrever alivia-me a dor que trago na Alma…
Soube há pouco que começou a “Caça às bruxas” pelos Inspectores(?) em Setúbal e no Barreiro. Quem ousaria supor tal anacronismo?!

Depois da invasão ao ECD, estamos perante uma “Ocupação nazi” na Educação e na escola Pública. Resta saber quem fica na “zona ocupada” e na “zona livre”, quem resiste, quem delata ou quem assina armistícios de tiro no pé. Ou ainda quem se passa para o privado ou para as explicações aos filhos dos ricos.

O que virá a seguir? A nova PIDE? Bloqueio ou vigilância das nossas contas de internet? Processos disciplinares e despedimentos colectivos?

Eu não tenho Medo, porque tenho honra e dignidade. Tenho 22 anos de serviço efectivo, com grande paixão e dedicação, a correira congelada vai para três anos e não cheguei a titular, porque naqueles sete anos fui mais professora, embora tenha sido orientadora de estágio cinco anos antes e dois anos depois. Não devo nada a ninguém. Mas tenho uma mágoa do tamanho do Mundo. Sou casada, mãe de dois filhos, em escolas públicas.Trabalho muito, muito mais que as 35h, estudo e estou a pagar um mestrado para me qualificar. Quero ser avaliada com JUSTIÇA e ISENÇÃO.

Ah que pena que os “rentáveis” Magalhães não estejam já na mão e sobretudo no entendimento de cada português para desmascarar o despudor e a insensatez! A Ameaça, o Medo e as Mordaças pairam de novo(!???) no ar e sobre toda a Função Pública. Os restantes preparem-se que vão a seguir.
Desde o 25 de Abril, nunca estes versos, que explorei o ano passado com alunos do 10º ano, foram tão pertinentes:

Não há machado que corte
a raíz ao pensamento
não há morte para o vento
não há morte.

Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida
sem razão seria a vida
sem razão.

Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento
porque é livre como o vento
porque é livre.

Letra: Carlos de Oliveira; Voz: Manuel Freire

e

Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
(…)
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio — é tudo o que tem
quem vive na servidão.
(…)
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
(…)
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Letra: Manuel Alegre; Voz: Adriano Correia de Oliveira

Infelizmente a Internet ainda não está acessível a todos, a Oposição não o é e o Povo (aquele que interessa iludir e domesticar como o cão de Pavlov) não ouve/ vê a RTPN, nem a SIC Notícias, nem os fóruns da TSF, nem os blogues de alguns pensadores com sensatez supra partidária, etc… Precisamos de muitas VOZES LIVRES, de uma comunicação social INDEPENDENTE, para desmascarar os embustes e dizer NÃO! como o poeta, BASTA! FASCISMO NUNCA MAIS! Maiorias absolutas, “jamé”!!!!!!
Se cada um de nós fizer o que a consciência e a dignidade humana exigem, denunciando a “nudez do rei” na família, no trabalho, na rua, aos amigos, vizinhos, etc..estaremos a ser cidadãos livres e de plenos direitos. Caso contrário espera-nos um novo GULAG!!!

20 11 2008
Adalino Cabral

Forca!

SEMPRE P’RA FRENTE!

Prof. Adalino Cabral
U.S.A.

20 11 2008
Carlos Pinto

Sou professor! Sou também pai e cidadão desta jangada à deriva!

É inquestionável a lucidez do texto!
É também inquestionável o poder que temos na soma dos nossos gestos individuais. Somos como crianças que acabam de descobrir algo de estrondoso. Nos nossos corpos frágeis e cansados, nos nosso espíritos triturados, desprezados e humilhados há afinal força suficiente para virar o feitiço contra os feiticeiros do desprezo.

Não será fácil encontrar na nossa história quase recente outra força de poder tão humilhante, tão degradante, tão miserável. Humilhante porque nos trata tão mal, especialmente aos que ousámos acreditar na pele de carneiro com que se apresentaram no desfile carnavalesco da política nacional. Degradante porque porque corroem à sua passagem corpos e espíritos, degradante porque expõem publicamente tudo o que de pior pode ter o portuguesismo – incompetência, arrogância, cegueira cerebral, VAIDADE bacoca. Miserável porque tendo o poder de decidir, de fazer ou deixar fazer, deixam na sua passagem apenas cinzas. Miserável porque o fazem olhando com altivez, de cima para baixo,.. e quando ousam curvar-se é apenas para pegar as pedras com que nos massacram – incompetentes, malandros, manipulados e manipuladores,…

E quem assume as rédeas nesta força do poder? O Governo da Nação! Sim claro!
Apenas o Governo da Nação? Não meus caros concidadãos!! neste jogo de deve e haver não esqueçamos os “representantes” dos professores,.. as estruturas negociais dos Sindicatos. Estes senhores foram assinando tudo, ou quase tudo, aquilo que individualmente repudiamos.

Está pois na hora de acordar. A senhora ministra tem os dias contados. faltas correr com os vendilhões dos nossos templos. Esta na hora de acabar com estas estruturas de auto-sustentação. Ousemos ousar e criemos definitivamente uma estrutura que nos represente.
A bem da Nação!
A bem da ESCOLA.

20 11 2008
Pedro Nuno Teixeira Santos

Caro Jorge Santos (23:38:43) :

Quem se recusa, a priori, a compreender o lado de um problema, jamais o compreenderá no seu todo.

Diz o senhor que: ” os professores têm medo de ser avaliados”. Porquê, conhece algum? Se sim, diga o seu nome.

Diz o senhor que as nossas críticas retiram credibilidade à escola pública. Genial! É suposto, pela sua ordem de ideias, que os professores sejam criaturas “acéfalas”, incapazes de ter opinião própria e que existem apenas para aceitar o poder sem o questionar.

Suponho que seja assim que deseja que ensinemos os nossos alunos.
Lamento desiludi-lo…Se algum dia for professor de um filho seu, vai permitir-me a impertinência, mas tenciono ensiná-lo a pensar pela sua própria cabeça!

É curioso que as políticas educativas dos últimos anos, nomeadamente as orientações explícitas para diminuir as taxas de insucesso, não importa de que forma, ou a escandalosa descida de exigência nos exames nacionais, não o escandalizem e não considere que isso afectou, e afecta, a credibilidade do sistema de ensino público.

Afirma ainda que: “Os professores não podem querer ter os salários do sector privado e o conforto e regalias do sector público”. De que salários estamos a falar e de que regalias estamos a falar?…Talvez se partilhasse connosco a sua profissão, o seu salário, a sua declaração de IRS, as suas regalias profissionais e a forma como o seu patrão o avalia, pudéssemos ter uma base para fazer as comparações a que alude.

Afirma ainda, do alto da sua cátedra, que: “Infelizmente os professores só estão a ensinar aos alunos a criticar sem se envolverem na resolução dos problemas, para criar mais uma geração de velhos do restelo”.

De que professores está a falar? E, desculpe lá, mas essa referência ao “velho do Restelo” está mais do que gasta e, conhecendo o seu significado simbólico, não estou muito bem a ver como se enquadra nesta situação. Mais uma vez, parece querer transmitir a ideia de que devemos ensinar os nossos alunos a não questionar e a não ter opiniões próprias.

A luta que fazemos pela qualidade do ensino público incomoda-o pelos efeitos que pode ter nos alunos. Isto é, lutar de forma honrada por princípios e convicções é um mau exemplo para os jovens.
Mas todas as orientações facilitadoras emanadas da 5 de Outubro são, para para o senhor, a maior das benesses para a consciência das nossas criancinhas.

Diz ainda: “Os professores precisam de entender que o objectivo da escola é educar os alunos e não dar emprego aos professores”. Acho, genuinamente, que nem a actual ministra da Educação produziu uma afirmação tão ofensiva para um professor.

Não sei qual é a sua profissão mas duvido que tenha, na mesma, metade da dedicação e da paixão que um professor tem no seu dia-a-dia.
Todos os dias os professores salvam vidas…Penso na minha colega a quem uma aluna, com graves problemas emocionais por ter perdido um familiar, agradeceu por, literalmente, a ter mantido agarrada à vida.
Todos os dias há pequenas histórias como estas que morrem, onde têm que morrer, no anonimato.
Deixe-me dizer-lhe que, apesar de todos os desânimos e frustrações, a maioria dos professores ama o que faz e gosta mais de estar dentro de uma sala de aulas do que estar na sala de professores.

No geral, não tenho razões para acreditar que haja mais corrupção, incompetência ou mediocridade entre os professores, do que na restante sociedade portuguesa. Bem pelo contrário!
Basta ver a televisão, os casos de incompetência e de impunidade, de fraudes, corrupções, os “sacos azuis”; mas os professores, esses malandros preguiçosos que passam a vida em férias, é que são os “velhos do Restelo”?!…

Diga-me Sr. Jorge, de onde lhe vem esse ódio aos professores? Espero, sinceramente, que nunca os meus filhos venham a ter, como professor, alguém com um espírito tão amargurado perante a vida!

Durmo tranquilo todos os dias…Estou de bem com a minha consciência.

Está convidado para assistir a todas as minhas aulas, para falar com todos os meus alunos e com os seus pais.
Não sou um super-herói ou um super-professor, mas sou um bom profissional e uma pessoa digna, que não teme qualquer avaliação, nem que fosse a própria ministra a fazê-la e com as minhas aulas em directo para todo o país.

E é por isso que não tolero esta farsa, esta avaliação patética, montada apenas para efeitos de marketing político junto da opinião pública.
Podia explicar-lhe os motivos mas, sejamos sinceros um com o outro, o Jorge não está interessado em perceber “porquê”, pois não?!

20 11 2008
manuel torrao

So queria perguntar a todo este auditorio, para onde ira a senhora ministra se sair mal avaliada deste processo.Possivelmente ficara com outro poleiro, para onde costumam enviar todos os outros ministros que vao sendo mal avaliados.Meus amigos nao nos iludamos isto so vai com querer e luta.( peco desculpa mas estou com problemas na acentuacao )

21 11 2008
Trindade

Alguns conselhos:
– Criem uma Ordem que defenda a especificidade e a deontologia profissional.
– Se necessário organizem um partido politico que pugne por:
– Uma verdadeira politica educativa, com uma diferente escolaridade obrigatoria ( só se pode ensinar a quem quer aprender) e com custos para os pais, com um severo código disciplinar e conselho superior de disciplina independente dos tribunais (como no futebol), com liceus, escolas comerciais, industriais e de artes e oficios, sendo que apenas para estas devem ser canalizados obrigatóriamente os que não estiverem nos liceus nem nas escolas comerciais ou industriais.
– Pugnem pelo pagamento aos professores, e ao restante pessoal, das horas extraordinárias e do dobro do vencimento, pois as remunerações estão ao nivel de muitos trabalhadores com a 4ª classe antiga.
– Pugnem pela atribuição de um secretariado a cada departamento, para elaboração do trabalho administrativo.
– Pugnem pela atribuição de serventes e de pessoal de serviços diversos em número adequado. Talvez se diminua o desemprego…
– Pugnem pela jubilação dos professores aos 45 anos e/ou 20 de serviço. De notar que as reformas dos politicos serão ainda assim mais celeres.
– Impugnem judicialmente, através da Ordem, decisões arbitrárias do Ministério da Educação, solicitando indeminizações a título individual e pecuniário dos que em sede de tribunal forem considerados responsaveis pelas arbitrariedades. Tais montantes seriam canalizados pela ordem para subsidiar estudos de interesse relevante para Portugal e para a melhoria do seu sistema educacional.
– Pugnem por avaliações efectuadas por agentes competentes, mas sem qualquer efeito coercivo nem danoso, apenas com o objectivo de melhorar o sistema, qualquer outra solução atenta contra as liberdades direitos e garantias constitucionais pois possibilita a majoração arbitrária de clientelas partidárias e/ou o denegrir dos demais. Caramba os professores pertencem aos 10% da população portuguesa que mais avaliados foram, e, a quem o Estado, que não o actual Governo, reconheceu, em devido tempo, as competencias necessárias ao correcto desempenho da função.
– Efectuem um estudo, em sede da Ordem, com vista a avaliar o actual sistema politico portugues, pois sistema que desenha e tenta implementar uma organizaçao escolar como a que temos neste momento, só pode estar completamente saturado e já não responde aos reais interesses da maioria efectiva dos portugueses. Quiçá nem o sistema republicano (a que chegámos), tenha tal capacidade de resposta…
– Pugnem para que os livros oficiais sejam mais baratos e de maior durabilidade
– Pugnem por um ensino que possibilite aos alunos aprenderem a ler, escrever, falar e pensar
– Pressionem os meios de comunicação social para que o assunto seja ampla e repetidamente tratado
– Enfim, assim de repente lembrei-me destas sugestões e, se fosse um profissional do sector talvez tivesse mais ainda

21 11 2008
pjrcarvalho70

Grandes conselhos, Sr Trindade! Grandes conselhos!
Muito obrigado!

21 11 2008
Betina

Mais uma vez, colega Pedro Santos, excelente resposta e contra argumentação que dirigiu ao Sr Santos, com quem em comum só tem o apelido. Esse Sr infelizmente representa a opinião pública que há muito vem sendo (de)formada contra nós. E porquê? Porque os bons professores são discretos e humildes. Porque nas sábias palavras de George Steiner (2005: 108) “É uma vocação absoluta ser professor(…) talvez seja a profissão mais orgulhosa e ao mesmo tempo a mais humilde que existe.” Daí a sua fragilidade, porque é naturalmente anti competição e anti arrogância.

“O mestre lamentava os males da competição.
– Mas a competição não suscita o melhor de nós? – perguntaram-lhe.
– Suscita o pior, porque ensina a odiar.
– A odiar o quê?
– A si mesmo, pois permite que a sua actividade seja determinada pelo competidor, não pelas suas próprias necessidades e limitações. E aos outros, pois busca progredir à custa deles.
– Mas isso seria o golpe de misericórdia para a mudança e o progresso – protestou alguém.
Disse o Mestre:
– O único progresso que existe é o progresso da entreajuda e da complementaridade. A única mudança é a mudança de perspectiva.”
(Anthony de Mello, Verdades de um minuto, Paulinas)

Infelizmente a perspectiva em progresso é a competitividade em todo o lado, “o cada um por si”.

Pena que estas vozes luminosas e o debate genuino desta coluna não passe nos horários nobres da podre comunicação social que temos.

Ai se o Eça ou Cesário Verde cá voltassem como reagiriam à palingenesia desta “jangada ainda à deriva” dois séculos depois? Tantos “politicando” ainda junto à estátua cada vez mais triste de Camões…

Termino saudando os sábios conselhos do cidadão Trindade, fazendo votos
para que a classe, finalmente desperta e unida, os ponha em prática. A bem da Nação e da soberania em sério risco face à nova invasão espanhola nas nossas empresas e nas anunciadas grandes obras públicas. Eles a enriquecerem à custa do nosso endividamento e nós a investirmos para ficarmos mais pobres. A História há-de julgar-nos.

21 11 2008
IP

Não foi ao Domingo que tiramos a nossa licenciatura, portanto, não será este governo que nos irá vencer! Sim, isto trata-se de uma guerra, entre o Governo e a classe trabalhadora, pq toda ela foi atingida, e nada mudou para melhor. Será nas urnas que iremos fazer essa avaliação!
A nossa classe uniu-se, incrível! Ninguém contava com isto!!!Pelo contrário…As outras classes não se manifestaram como nós o fizemos! Parabéns, isso encheio-me de orgulho!!!
Claro, ganhamos mal, e não nos podemos dar ao luxo de fazer greves!!Mas que se lixe o dinheiro!!!Eu gostava de dar aulas e eles roubaram-me esse sentimento!!Já nem gosto da Escola!!Se puder saio do sistema, sinto-me mal, infeliz com a minha profissão, envergonhado!!E o vencimentos auferido!!Lamentável..Dava aulas de graça!!Por amor à profissão, adorava aquela adrenalina por conhecer a minha nova escola, os meus novos alunos, uma felicidade, e corria por gosto não cansando! Hoje, não, mudei e nunca acreditei que isso pudesse acontecer, que um dia não gostasse de ser professor!! Ganhava pouco, corria terras, ficava longe da família …Hoje, não!
O que está em questão não é só avaliação, é a nossa identidade, autorridade, reconhecimento, vencimento e posição social. Queriam regular-nos colocndo-nos uns contra os outros, absurdo! Classe dividida!! O que pretenderam sempre foi retirar-nos poder, assim começaram pelo poder de compra, pela nossa imagem social e finalmente colocando-nos uns contra os outros-Estão a tentar aniquilar a classe, para passarmos a ser paus mandos de uma classe política muito mal formada (coitados, às vezes nem falar sabem), frustrados, contra todos os intelectuais do país, pois isso era obstáculo ao autorritarismo….eles retiraram a dignidade à classe Média, assim poderão servir os interesses da classe alta….

21 11 2008
Jota

Se em vez de escrever em blogues e ficarem perdendo tempo com estas coisas, estivessem a fazer as avaliações e tudo o resto que lhes é pedido, veriam que teriam tempo para tudo e ainda sobrava.
Não inventem desculpas. TRABALHEM

21 11 2008
Rui Dias

Sou reformado, tenho 61 anos faço parte da Associação de Pais da escola dos Castelos.

Caro Pedro

Ao lêr este texto, cheguei a uma conclusão: Afinal ainda temos em Portugal gente, como se diz aqui na cidade do Porto, com eles no sítio… obrigado, por mim, vou fazer chega-lo ao maior número de pessoas, para que este seu grito seja ouvido em todo o Portugal e estou convicto que quem o lêr, não vai ficar incencível.

Um abraço

Rui Dias

21 11 2008
José Tavares

Como muito bem se diz no texto o que está em causa é muito mais que a “avaliaçãozinha” dos professores.
A escola tem duas faces ou servirá a liberdade e a autonomia das pessoas ou servirá o seu adestramento a uma sociedade de exploração dos mais fracos por uma minoria de políticos e gestores de grandes empresas multinacionais.
Paulo Freire defendeu uma escola para a liberdade, creio que os professores que estão envolvidos nesta luta pela sua ética e pelo direito à sua profissão estão na linha de Paulo Freire: querem uma escola a sário, uma escola que seja um espaço de trabalho, de realização pessoal e sobretudo de liberdade. Bem hajam pela luta que estão a travar, não desistam pois tẽm do vosso lado a força da razão e as luzes dos mais prestigiados pedagogos da História da educação.

21 11 2008
Joana

Sou professora em início de carreira. Sempre tive aquele ideal de escola que vigorava no meu tempo enquanto aluna. Hoje chego às escolas como professora e vejo que esse tempo já lá vai. aquilo que encontrei é um conjunto de profissionais cansados, desmotivados e num grande estado de ansiedade. Com estas alterações absurdas no estatuto de carreira dodente implementadas por este Ministério da Educação, eu, e muitos mais como eu, temos o acesso à progressão de carreira completamente assassinado. Este processo de avaliação é impraticável para qualquer professor.
Ao ler este texto foi como se me estivessem a descrever o que acontece todos os dias à minha volta. A palavra correcta é mesmo “medo”. Se todos os professores de todas as escolas deste pais se recusassem a entregar os objectivos (que são uma grande treta, trata-se apenas de borucracia para se dizer que se fez alguma coisa, mas que em termos práticos não contribuem em nada para a melhoria do ensino) este o ME não tinha argumentos para levar isto avante. Porque os professores só estão realmente unidos quando há manifestações, mas no dia seguinte nas escolas é cada um por si…
Uma palavra aos pais e todos os Portugueses: “Ouçam e apoiem os professores e eduquem os vossos filhos, no sentido contrário ao facilitismo, incentivando-os a estudar para um dia se tornarem bons profissionais”.
Parabéns pelo texto…

21 11 2008
Eu

Colega, és dos meus. Continua assim.

22 11 2008
Pedro

Senhor “Jota”:

Porque haveremos de o levar a sério, se lhe falta a coragem cívica para assumir o que escreve, assinando com o seu nome completo?! Chegar a um blogue, mandar umas “bocas” demagógicas a coberto do anonimato é fácil…

Se o senhor assinasse de nome completo e dissesse qual a sua profissão e onde exerce, daria a todos os professores deste país ( e olhe que somos 150 000) a oportunidade de aprender com tão ilustre e brioso trabalhador, a não sermos aquilo que somos: um bando de preguiçosos aos quais nem sequer é permitido escrever em blogues!
Poderíamos mesmo verificar, in loco, o seu esforço diário. Isto porque não nos falta tempo livre, como desocupados que somos, o qual desperdiçamos em blogues inúteis mas que, curiosamente, o senhor parece frequentar.

Ah, mas já me esquecia, o senhor pode frequentar e escrever em blogues. Nós é que não. Porque o senhor trabalha e os 150 000 professores deste país não…Perdão, já me esquecia!

De onde lhe vem essa mal disfarçada raiva aos professores? De algum puxão de orelhas que levou em miúdo por se ter esquecido de um trabalho de casa? A sério, se se tem em tão boa conta enquanto cidadão trabalhador, não compreendo essa falsa modéstia que nos priva de aprender com o seu exemplo.

Por último, se tem os professores portugueses em tão má consideração, onde pensará mandar educar os seus filhos? Em Espanha? A sério, tem a certeza que os professores espanhóis são avaliados pelos “rigorosos” métodos inventados na 5 de Outubro?!

P.S. – Já agora. “Jota” é de quê?! De Juventude Socialista?

22 11 2008
Isabelrosa

Parabéns Pedro!
Só com professores como o colega construiremos uma escola pública capaz de dar resposta ao grande Projecto Educativo da Nação: o de construir uma sociedade livre, justa e solidária (artº 1º da Constituição da República Portuguesa).
O Ministério já avaliou a sua política educativa e as suas práticas para ver se os seus objectivos são coerentes com os objectivos nacionais? Porque não começar por fazer essa avaliação? E só depois avaliar o desempenho dos docentes?
As manifestações de alunos e professores apenas confirmam o caos instalado num Sistema que há muito ruiu. É necessário e urgente reinventar um Sistema Educativo que dê resposta às exigências nacionais, europeias e mundiais e, isso passa também, como é óbvio, pela coragem de dotar as escolas de uma verdadeira e ampla autonomia. Só escolas livres e autónomas são capazes de formar cidadãos livres, justos, criativos, autónomos, responsáveis e solidários! Que tenhamos a coragem de não desistir e contribuir para a construção de um mundo melhor!

22 11 2008
Gabi

Ai, Sr. Jota

Nota-se que não tem qualquer noção do que é ser professor!!!!!!!
Possivelmente chega a casa às 18 horas e só volta a pensar no trabalho no outro dia, os professores levam trabalho para casa!
Quantos não entram pela noite dentro corrigindo testes e preparando as aulas, é que, infelizmente, o que a maioria das pessoas olha é para os horários afixados de aulas praticadas, é o nº de horas que cada professor está com os nossos filhos, mas lembre-se que os testes aparecem corrigidos, as aulas preparadas, o atendimento aos pais, etc., etc. isso não faz parte desse mesmo trabalho?
Serem colocados em “cascos de rolha”, perdendo tempo ( e aí sim, perdem tempo) em longas viagens, quantas vezes afastados da família, que tal um pouco de consciência????
Gostava de saber qual a sua reacção, se com o mesmo ordenado lhe aumentassem a carga horária (sem qualquer benefício para quem quer que seja, apenas para obrigar a dar mais umas horas, quantas vezes sem quaisquer condições, nem uma sala para efectuar esse trabalho) e ainda lhe pusessem um qualquer colega a avaliar o seu trabalho, afogado em papeis…

Se tiver filhos, lembre-se que sem os professores eles não irão a lado algum e isso exige muito trabalho!

22 11 2008
Paulo

Caros amigos e colegas
Com um texto destes, realmente não há palavras, apenas vos quero transmitir o meu recente contacto com o ensino.
Sou um cota, como dizem os alunos, recem licenciado, e devido à falta de trabalho na minha àrea, Eng. Civil, decidi aceitar um convite antigo para lecionar numa Escola Profissional, e aquilo com que deparei, foi o resultado do facilitismo que este e outros governos teem tratado o ensino, com o objectivo de apresentarem as estatísticas em Bruxelas, de que Portugal tem um supra ensino.
Tenho uma filha com 13 anos (que está no 8º ano), que em 3 seg. resolveu um passo de um problema que os meus alunos em 45 min não conseguiram (supostamente estão no 10º ano), que não gostem de matemática, até aceito, agora que não saibam fazer uma redução de unidades, tipo passar de [cm] para [m], isso não aceito.

Por isso, para os colegas de Silves e para os restantes, há que desmascarar na opinião pública, o que realmente está por detrás de tudo isto, não se esqueçam de que quando tudo no público estiver de rastos, vão ser estes senhores politicos, que vão criar leis que lhes serão convenientes, para poderem eles próprios abrirem as suas escolas privadas, e realizarem lucros que lhes engordarão ainda mais as já por si obesas reformas.
Um bem haja a todos.

24 11 2008
Maria Emília

Li e achei BRILHANTE. Sim porque apesar de me encontrar já aposentada, continuo a ser professora. O meu testemunho é simples, pedi a reforma depois daquele processo das horas extraordinárias que o ministério dizia que tínhamos de “ocupar” os alunos e culminou quando apareceu o célebre concurso para professor titular. Na altura disse que era titular há muito tempo, porque toda a minha vida de docente foi dedicada às Escolas ,especialmente como todos vós- aos alunos. Ensinar matérias, competências mas tendo em conta a base de que cada aluno é “uma pessoa” com problemas que até os pais desconheciam ou descuravam. Sou também mãe de 6 filhos e já bisavó. Quem fez da sua vida desde os 17 anos – tempo de trabalho, dedicação,missão… já nada me movia na Escola burocrática que estava a ser. Trabalhei como empregada de livraria, dactilógrafa, chefe de secção de uma Empresa, consegui tirar o meu curso – licenciatura com ajuda do marido e dos filhos. Trabalhei mais, dormi muito menos como professora do que nas outras profissões. Agora esta pressão…. não aguentei.
Dou-lhe os PARABÉNS pelo brilhante texto e atenção … que vem por aí mais “disfarces”. Estejam atentos e em consciência decidam, mas não deixem que façam pressão sobre documentos surgidos do Ministério de repente.
Vigilância redobrada.
Força, da minha parte podem contar em passar mensagens, até porque tenho um dos filhos professor também.
Parabéns Pedro
Maria Emília Martins

24 11 2008
Sabugal

Ó jota, deves ser mais um “abana bandeiras” que vive submisso às ideias de tristes incompetentes como os acessores desse pseudo primeiro ministro. Os que passam o dia no largo do rato sem fazer nenhum e que aquando das manifestações dos professores nos tratam por “canalha” e proibem as forças de segurança de avançar números, como aconteceu na última manif. Presenciei essa situação (infelizmente).
Força Colegas!!! Sem Medo!!! Estes jotas não são ninguém, comparados com quem trabalha!!!

24 11 2008
Fátima

Concordo plenamente com o caro colega. E também acho que sim que devemos lutar pelos nossos direitos como professores. E sermos todos unidos. É um orgulho ter colegas que pensam assim como nós.

25 11 2008
rui carreira

sou português, sou um profissional e… sou professor!, porque é isto que gosto de fazer.

Não gosto do que faço? faço pouco?
* vou fazendo mestrados para actualizar e melhorar a minha formação(aos fins de semana e 6ª à noite, sem subsidios, redução de tempo lectivo pago pelo meu ordenado), para melhor poder formar os filhos de outrem;
* organizo eventos com os meus alunos aos serões e fins de semana para a comunidade;
* faço concertos com os alunos e ex alunos por várias escolas e Associações do Distrito de Leiria;
* ensaio com os alunos e ex alunos depois das horas de expediente (fora das 35h semanais, ah, ah, ah);
* na minha escola, no ano passado, 2 professores e meio, de Educação Musical- (o meu colega só tem meio horário!!!) fizemos 47 activadades públicas

E …

* preparamos aulas
* damos aulas
* preparamos e ensaiamos clubes
* trabalhamos em parceria com as Associações de Pais
* trabalhamos e planificamos actividades com as autarquias locais

MESMO MUITO ANTES DE SER NECESSÁRIO REUNIR EVIDENCIAS… nós faziamos todas estas actividades…

NÃO SOMOS CEGOS, NEM MUITO PARVOS

gostamos de dar aulas e trabalhar para os alunos, não para aparências(desculpem), evidências!

Alguns colegas, pressionados, pressionáveis ou mal impressionados, andam de máquina fotográfica em riste. ACREDITAM???

o meu BI é 9540078, de leiria, e subscrevo a tua “moção” .

Se te processarem, ou penalisarem vou com os meus dados colados aos teus,
E ATESTO QUE O QUE DIZES É A VERDADE, também na minha escola e no meu coração

abraço e…
boas aulas

Rui Carreira

25 11 2008
marilia

Façam o que quiserem senhores professores, mas deixem as crianças em paz, digam-lhes a verdade.
A verdade deve fazer parte da educação, penso eu, pobre Mãe de 4 filhos, apenas sei((?? ))–((Infelizmente os nossos filhos não trazem nenhum manual ))educar os meus filhos, nunca estudei para ajudar a educar os filhos de outros.
Não misturem a vossa luta, com a “” Lei das Faltas””.
Apenas quero postar aqui o meu pedido como Mãe.
Marilia

26 11 2008
Flor Gomes

Olá colega, fico contente como professora por ver que tenho colegas que não têm medo de se expor. Concordo em pleno com tudo, estou na mesma luta. Esta avaliação não tem sentido! Este ECD tem de ser revisto. obrigada, Flor Gomes

26 11 2008
Filipa

Grande Texto..
Sou aluna mas concordo plenamente com os professores…
Acontece tantas vezes estar em aula e ouvir o professor queixar-se que só dormiu 2 ou 3 horas devido a planificações de aulas ou a corrigir testes…
É lógico que um professor assim tem menos capacidade para dar aulas não tem tempo para descançar!
Penso que a Dona Milú deve ter sido muitas vezes repreendida por professores e só deve ter estudado até à quarta classe… sim porque nem nós alunos (eu estou no 12º) concordamos com ela!!
Força Professores!!!!!!!!!!

Todos os alunos estão com voçês!

27 11 2008
Serenidade

Parabéns,
também sou professora e concordo plenamente…

Força professores, vamos nos manter firmes, por um ensino de qualidade.

27 11 2008
Inês Rio

Força colegas.
Assim é que é! Temos de manter a coragem e a união para não fraquejarmos. Conheço muitos professores de várias escolas que já decidiram não entregar os objectivos. PARABÉNS para todos eles.

28 11 2008
Nesi 65

Sou Professora da Educação Especial, sempre lutei pelos que não tinham voz, pelos que não dão excelentes, nem presentes, nem outras coisas que tais.
Mas que nos preenchem no nosso intimo, dos quais nos sentimos orgulhosas com os seus pequeninos triunfos, uma palavra nova, um gesto de amizadade, uma palavra amiga dos pais com quem trabalhamos diariamente para em conjunto vencermos os obstáculos.
Apesar de toda estas turbulência, nem por um segundo hesitei em perder tempo com o processo de avaliação.
Estou demasaiado preocupada com o meu trabalho de Educar/Ensinar, que irei lutar com todas as forças que me restam contra toda esta hipocrisia, burocrasia, preputencia e outras coisas mais.
Colegas, nunca estivemos tão unidos, não precamos a Esperança e juntos havemos de vencer. Dia 3 Todas as Escolas do Pais deveriam fechar. Bem haja quem tem coragem de não se vergar perante o medo.

28 11 2008
António

“Não interessa se concordo ou não com o motivo da tua luta, mas luto para que possas lutar por aquilo que acreditas”
citei

Como alguém disse.

faço minhas estas palavras.

29 11 2008
Rodrigues

Caro Colega, estou consigo!

O seu texto é admirável.
O ME quer pura e simplesmente reduzir as despesas congelando as progressões de carreira através desta vergonhosa avaliação. E, não olha a meios para atingir os fins.
Ainda hoje acompanhei nas notícias mais uma agressão dum aluno a uma professora, mas isto a senhora ministra não vê nem toma medidas.
Vê-se claramente que Maria de Lurdes nunca trabalhou numa escola pública e não sabe que os professores são formadores de pessoas.

Estou a trabalhar fora do país, mas acompanho diariamente esta luta. E, sofro na pele a incompetência de quem está em Lisboa. Desde há três anos consecutivos no ensino público e os senhores de Lisboa não me reconhecem um único dia de serviço.
O Português que se ensina além fronteiras, nada significa para quem está confortavelmente sentado no ME.

Estou confiante e quero acreditar que vamos conseguir!

1 12 2008
Fátima Marques

Olá
Concordo com o colega, por isso não devemos baixar os braços!.. é a nossa DIGNIDADE como professores e tudo mais que está em causa.
Desistir NUNCA!

1 12 2008
Maria Pires

É um texto notável e realista. É tempo de mostrar ao país que não deixaremos desmoronar o ensino público, como estes senhores querem. Se desistirmos de lutar, estaremos a prejudicar o país e o ensino. É preciso desmascarar a incompetência desta equipa governamental. Já é tempo de impor critérios de verdade.

5 12 2008
josnumar

Depois de tudo o que li já pouco mais há a acrescentar. Dou aulas há 28 anos e pela primeira vez sinto um desencanto tão grande que só me apetece nunca mais voltar.
Mas não posso, não devo.
Obrigada pela coragem demonstrada.
Pena que no final haja tanta gente a, meio escondido, meio descarado, querer ser avaliado e/ou avaliar.
Sempre dá algum “poderzinho”. E os Conselhos executivos cumprem tudo o que lhes ordenam a troco do tal “pseudo-poderzinho”.
Cada vez me sinto mais só…

8 12 2008
Elisabete

Palavras para quê!!! Foi tudo dito! com as frases certas nos lugares correctos! A nossa consciência é o motor da nossa conduta, mas se formos unidos e persistentes na nossa luta, venceremos a MLR. Obrigada colega, pela coerência deste texto e pela coragem…

12 06 2010
PERANTE UM TEXTO DESTES… (via espaço web de paulo carvalho… EDUCAÇÃO) « Nunoanjospereira’s Weblog

[…] PERANTE UM TEXTO DESTES… (via espaço web de paulo carvalho… EDUCAÇÃO) Posted on Junho 12, 2010 by nunoanjospereira Amigos: O texto que se segue foi escrito depois da manifestação de Sábado, dia 8 de Novembro, por Pedro Nuno Santos do Agrupamento Dr. Garcia Domingues de Silves. Postei-o aqui não por ser mais um brilhante texto relativo à guerra que nos foi declarada por este Governo, mas por ser, de longe, O MELHOR TEXTO QUE LI desde que tudo isto começou. Aposto que depois de o lerem (acredito que se começarem, ficam ávidos de o terminar) ficarão, tal como eu … Read More […]

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