VALTER LEMOS: ENSAIO SOBRE A INUTILIDADE!

14 11 2008

Depois de ouvir esta pérola de Fernando Alves (ouvir aqui) apeteceu-me fazer uma coisa que há muito desejo, pela urticária que o senhor que se segue me provoca!

Quer se concorde, quer não, a Ministra e o Secretário de Estado Adjunto (súbdito de Valter Lemos, note-se) são pessoas interventivas, opinam, dão a cara (ainda que de pau), promovem asneira atrás de asneira… enfim, actuam e assumem e, diga-se, têm tenacidade, mesmo longe da razão!

Agora eu pergunto: têm seguido o comportamento deste espécimen de nome Valter Lemos? Afinal a segunda figura da hierarquia do ME?

Pois bem, nunca a palavra «inutilidade» foi tão útil! Reparem que este Senhor, produto desse fétido alfobre chamado clientelismo político, chega à 5 de Outubro vindo do Interior e, sem qualquer espécie de currículo para o cargo, é designado Secretário de Estado da Educação; 3 anos volvidos após ser investido na dita missão, façamos a sua avaliação; sei que estão a pensar em dar-lhe negativa não é? Hum…. Não me parece; sabem porquê? Porque negativa dá-se a alguém que fez mal! Por exemplo, à sua chefe de fila! Mas este senhor não pode ser avaliado, pura e simplesmente porque não tem elementos de avaliação; nada fez de bom nem de mau, ou seja, simplesmente nada fez!

No entanto podem arranjar-se uns critérios à pressão para avaliar o senhor, a saber:

Capacidade de ser incapaz: MUITO BOM

Capacidade de passear a bela carapinha em representações do Estado: BOM

Capacidade de espreitar para as câmaras por cima do ombro da Ministra, qual emplastro, mostrando um sorriso: EXCELENTE

Capacidade de lamber as botas do Sócrates: EXCELENTE

Capacidade de uso de Jorge Pedreira como lacaio, por manifesta incapacidade verbal: EXCELENTE

Capacidade de trabalho: «Não foi avaliado por falta de elementos de avaliação»

Por tudo isto, vinga a minha ideia de que as Democracias sofrem de uma maleita fatal; os cargos públicos são atribuídos por simpatia política e qualquer almocreve é promovido à Nobreza. Faz-me lembrar o tempo em que os Chefes de Estado Maior das Forças Armadas, com quilos de divisas nos ombros, batiam a pala a Paulo Portas!

Este Valter Lemos é um erro de casting! Este senhor, cuja maior e melhor frase que proferiu na vida de Secretário de Estado da Educação foi «É mais uma…» é a prova de como se faz política em Portugal!

Este senhor não pode ser chamado de secretário, mas sim de secretária; não me refiro a essa nobre profissão feminina, mas ao móvel mesmo; daquelas que se colocam num canto, imóveis, inertes e servem para colocar coisas em cima!

Como diria o Nuno Lopes dos Contemporâneos: V… v… v… vão mas é trabalhar!!!

Falo-vos, pois, do Secretário de Estado da Educação que vinha dentro do ovo «Sócrates Surpresa»; sobre o cidadão Valter Lemos nada tenho a arguir porque não o conheço nem de tal tenho pretensões.

Paulo Carvalho





ENSAIO SOBRE A LUCIDEZ DOS MEDIA, A CEGUEIRA DO POVO E A PUREZA DO CANIL

29 03 2008

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– Boa noite! Eu sou o José Rodrigues Alberto Guedes de Carvalho Pinto e este é o Telejornal Nacional da Noite (!).

– Uma professora foi brutalizada e agredida durante uma aula de francês na Escola Carolina Michaelis por ter tirado o telemóvel a uma aluna…

(notícia seguinte)

Catástrofe em Freixo de Espada à Cinta provoca 300 000 mort…

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz………………

Eu não sou ninguém, mas ando há muito tempo a dizer que este país adormeceu e vendeu a alma ao diabo, leia-se, aos media!

Muito mal vai um Estado onde uma comunicação social podre de oportunista e sensacionalista abre meia dúzia de sessões noticiosas com uma «lana caprinice» destas.

Depois de toda a gente ver tudo escarrapachado no youtube, resolvem enevoar os rostos como se isso desse um ar mais púdico à coisa! Que estupidez!

Como se esta fanfarronice televisiva, tão apreciada pela prolífera camada bacoca do zé povo, não bastasse, eis que Sua Exa. o Sr. Procurador-geral da República, pessoa por quem, aliás, nutro simpatia, resolve alinhar, ao transformar esta trivialidade na sua primeira linha de acção, destituindo a pobre menina a carcereira e o pobre operador de câmara a um arruaceiro da pior espécie, falando mesmo em penas de crime público para ambos!

O primeiro a acordar deste sono criogénico foi o Bastonário da Ordem dos Advogados; tão cáustico quanto lúcido e assertivo, como é seu apanágio, veio a terreno tentar abanar o PGR e dizer-lhe que se devia preocupar era com crimes a sério e não com coisas mundanas que a ditadura dos media transforma em frondosos acepipes noticiosos e gosta de servir bem quentinhos à populaça! E tem toda a razão! Todinha! Aliás, já mencionei e «condecorei» o Dr. Marinho Pinto no meu blogue a propósito de uma arrebatadora entrevista que deu a Judite de Sousa onde, com meia dúzia de disparos afundou outros tantos porta-aviões da pseudo-democracia portuguesa.

Vamos lá desmistificar isto!

Que ninguém ouse pensar que o Dr. Marinho Pinto não repudia veementemente aquele acto e não o ache infame! O que ele acha é que cenas daquelas há-as aos pontapés por esse país fora e muitas outras bem piores com agressões consumadas. O que ele quer dizer, e eu assino de cruz, é que se trata de um problema que as políticas laxistas e libertinas deixaram alastrar, por muito que um reles punhado de opinadores argua umas patacoadas, imputando a culpa aos professores. E não é o PGR que deve tratar disso, mas sim o Governo com medidas drásticas, e já!!!

As domésticas salas de jantar em que muitos alunos transformam a sala de aula, o pai ou a mãe que muitos alunos vêem no professor para, de uma forma «tu cá – tu lá», ombrearem em termos de autoridade, são o reflexo da estupidificação total da sociedade e, tal como um criminoso nada tem a perder, esfaqueando ou abrindo fogo a troco, por vezes, do simples silencio, também estes alunos, cientes da impunidade e bandalheira, gozam da cumplicidade do sistema para fazerem dos professores fantoches. E há-os às paletes e muitos também estão no youtube!

Portanto, queiram fazer o favor de colocar o despertador ao PGR e aos Media, pois o que aconteceu no Carolina Michaelis é mel, comparado com o que grassa por esse país fora. Abram os telejornais com homens a morder em cães e não com cães a morder em homens, pois estes cães existem porque não têm domadores. Se o Ministério da Educação e o Governo não racharem a cabeça ao meio para lá meterem a ideia de que certos cães precisam de chicote para serem domados, continuaremos com uma escola inclusiva sim, mas anti-democrática, onde os pitt-bulls e os rottweillers aporcalham por completo o canil e onde os cocker-speniells, os labradores e os golden-retrievers sentem a sua pureza em risco.

Paulo Carvalho